Agora São Paulo - São Paulo:
14/09/2010
Folha de S.Paulo
O número de professores temporários na rede estadual de São Paulo chegou neste ano a 46% do total, a maior proporção desde 2005.
No ano passado, o então governo de José Serra (PSDB), hoje candidato à Presidência, anunciou como meta diminuir a taxa para 10% em quatro anos. Àquela época, o número era 42,4%.
Os dados são da própria Secretaria da Educação. Em números absolutos, são hoje 101 mil não efetivos. Um concurso público com 10 mil vagas foi feito em março, mas os aprovados só começarão a trabalhar no ano que vem.
Pesquisadores afirmam que o contingente de temporários tem impacto direto na qualidade de ensino, uma vez que eles tendem a ter uma rotatividade maior nos colégios --os temporários só podem escolher suas escolas depois que todos os concursados já fizeram suas opções.
Os 46% de não efetivos em SP são mais que o dobro da média nacional e superior à Prefeitura de SP (7%).
"A dificuldade quando se troca de escola é que os alunos não conhecem meu jeito e ritmo e eu também não conheço o deles. Essa fase leva tempo", diz o professor temporário de ciências Vinicius Vasconsellos, 24, que, em seis anos de rede estadual, já lecionou em nove escolas.
A Secretaria da Educação diz que trabalha para diminuir o número de não efetivos. Educadores ouvidos pela reportagem afirmam que o Estado já poderia ter diminuído o contingente de temporários.
Para o presidente da Udemo (entidade que representa os diretores de escolas), Luiz Gonzaga Pinto, "o Estado só quer saber de economizar". Segundo ele, o temporário custa 15% a menos, por não ter alguns benefícios.
Secretaria diz que faz concursos
A Secretaria da Educação diz trabalhar para diminuir o número de não efetivos (fez dois concursos desde 2007), mas que ainda ocorrem saídas de efetivos [licenças e afastamentos], que são repostas com os temporários.
O governo Alberto Goldman diz não haver problemas na qualidade de ensino.
Agora São Paulo - São Paulo - Quase metade dos professores não são efetivos - 14/09/2010
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