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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Saúde em SP: Serra mostra como trata sua “prioridade” de Governo

Conversa Afiada
Por Paulo Henrique Amorim
Publicado em 26/10/2010

Parece que o dedo de Serra na Saúde só serve pro mutirão de próstata

Publicado no blog Os Amigos do Presidente Lula.
Talvez seja reflexo dos R$ 400 milhões que iam pro SUS e foram desviados.

Essa é a saúde do estado governado pelos tucanos: Pacientes dormem em cadeiras no pronto-socorro do Hospital Tatuapé
Macas no chão, pacientes sendo atendidos em poltronas, doentes com tuberculose sem isolamento e dormindo em cadeiras de plástico. Tudo isso é visto no pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé.
A reportagem do jornal Agora esteve na unidade na tarde de ontem e verificou cerca de 25 pessoas sendo atendidas no pronto-socorro da unidade. Dessas, quatro estavam acomodadas em macas no chão e outras dez em cadeiras.
Cerca de quatro enfermeiras e uma médica corriam para dar conta de todos os pacientes. A maioria deles estava havia um ou dois dias com atendimento precário.Agora… Ah e teve enchente ontem em São Paulo. Leia o que  aconteceu

Saúde em SP: Serra mostra como trata sua “prioridade” de Governo | Conversa Afiada

SERRA/KASSAB: Hospital no Tatuapé utiliza cadeira de espera como maca

Blog da Dilma
outubro 26th, 2010 |  Autor: Jussara Seixas

Pronto-socorro de unidade municipal tem macas pelo chão e paciente com tuberculose esperando vaga no corredor

Ontem à tarde, quatro enfermeiras e uma única médica corriam para dar conta dos cerca de 25 pacientes no local

FABIANA CAMBRICOLI
DO “AGORA”

Macas no chão, pacientes sendo atendidos em poltronas, doentes com tuberculose sem isolamento e dormindo em cadeiras de plástico.
O que poderia descrever o cenário de um hospital de guerra é visto no pronto-socorro do Hospital Municipal do Tatuapé (zona leste).
Ontem à tarde, cerca de 25 pessoas eram atendidas. Dessas, quatro estavam acomodadas em macas no chão e outras dez em cadeiras, quase todas de plástico.
Quatro enfermeiras e uma médica corriam para dar conta de todos os pacientes. A maioria deles estava com atendimento precário havia um ou dois dias.
“Chegamos aqui às 10h e meu marido está sem comer e sem beber água, esperando vaga para uma amputação”, reclamou às 16h Catiane Silva, 35, que acompanhava o marido, Guilherme Ares, 48. Ele aguardava uma vaga deitado em cadeiras de plástico, cuja função original é acomodar os acompanhantes.
Em uma maca no chão, uma mulher de 96 anos que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) aguardava uma vaga na internação. Ao lado da cama improvisada, ficava a porta dos banheiros.
No corredor, com uma máscara no rosto por causa da tuberculose, dormia em duas cadeiras de plástico o professor de educação física Ubirajara Estevan, 30.
Ele aguardava desde anteontem a única vaga no setor de isolamento respiratório do hospital -já ocupada por outra paciente.
Com pouca ventilação no local, os pacientes sofriam com o calor e o mau cheiro.
Segundo uma funcionária, a situação caótica não era exclusiva do dia de ontem. “Aqui é sempre lotado. A gente tem que se virar.”

É assim que Serra vai investir em redes hospitalares em todo Brasil????????????????

SERRA/KASSAB: Hospital no Tatuapé utiliza cadeira de espera como maca

Dossiê Serra: saúde terceirizada (1)

Blog do Miro:
terça-feira, 26 de outubro de 2010

Por Altamiro Borges
Na propaganda eleitoral de rádio e TV, nos debates e nas suas andanças pelo país, o demotucano José Serra mostra São Paulo como se fosse o “paraíso na terra”, um modelo de gestão eficiente e vitorioso. Tudo funciona em perfeita harmonia – educação, saúde, transporte, segurança pública, habitação. Um desavisado seria induzido a pegar um avião da Europa direto para Congonhas ou Cumbica para curtir o “primeiro mundo”. Sorte que lá não passa a falsa propaganda do Serra.
Para os paulistas que vivem do trabalho – e não do rentismo e das migalhas jogadas à parcela da classe média que come mortadela e arrota caviar – esse cenário paradisíaco não existe. É obra de marqueteiro, que exibe o invólucro bonito e esconde o conteúdo podre. Tanto que já no primeiro turno da eleição, Dilma Rousseff obteve vitória nos bairros da capital e cidades mais carentes do interior. Serra, blindado pela mídia e com forte aparato, só venceu com folga nas áreas ricas.
O caos nos hospitais
Nesta série de artigos na reta final da eleição a idéia é mostrar os estragos causados pelas gestões tucanas em São Paulo. O PSDB detém a hegemonia no estado há 16 anos – por razões que serão apontadas no final da série. Com a eleição de Alckmin para governador, o partido completará 20 anos de domínio total do estado – logo ele que fala tanto em alternância no poder para fustigar o presidente Lula. Este pequeno dossiê visa denunciar o que a mídia demotucana oculta e ofusca.
Os efeitos mais graves do “modelo tucano de governar” se manifestam nas áreas sociais. Apesar de José Serra se jactar tanto dos seus feitos na saúde, o quadro em São Paulo é dramático. É só ir a um hospital público ou centro de saúde para esbarrar em pessoas, crianças e idosos, espalhadas em macas pelos corredores, gemendo pelos cantos, aguardando horas em filas quilométricas. Os médicos e enfermeiros, com seus péssimos salários, angustiam-se sem poder atender a demanda.
Corte nos investimentos
As carências na área decorrem da política de “ajuste fiscal” dos tucanos, com os seus constantes cortes de verbas. Pelo firmado no Sistema Único de Saúde (SUS), uma conquista da sociedade – consagrada na Constituição de 1988 e que passou a vigorar somente em 2000 –, os estados devem aportar, no mínimo, 12% das suas receitas líquidas neste setor vital. São Paulo, apesar de ser o estado mais rico da federação, não tem cumprindo com sua responsabilidade nesta área.
Para driblar os 12% fixados na Constituição, os governos tucanos baixaram decreto ampliando o conceito sobre investimentos na saúde, incluindo gastos na Agricultura, Gestão Pública e até na Justiça. No orçamento de 2010, os investimentos específicos na saúde foram de apenas 9,6% da receita. Com esta manobra contábil, os recursos são desviados para outros fins, como pagamento de aposentadoria ou no programa Viva Leite. Entre 2001 e 2009, o governo deixou de aplicar R$ 4,1 bilhões na saúde da população. Esse montante seria o suficiente para construir 82 hospitais
Terceirização criminosa
Para reduzir ainda mais os investimentos na saúde, os tucanos também inventaram as chamadas Organizações Sociais. Sem licitação pública ou mecanismos rígidos de fiscalização, o que abre brechas para inúmeras maracutaias, estas estranhas “organizações sociais” administram hoje 23 hospitais, todos os laboratórios e mais de uma dezena de ambulatórios especializados. Com o tempo, esta terceirização “disfarçada” da saúde pública deve gerar graves problemas sociais.
Em 2010, elas receberão R$ 1,96 bilhão (51,2% da verba total do setor), enquanto todo o restante gerido diretamente pelo estado receberá R$ 1,97 bilhão (48,8% da verba pública). Quem garante que os recursos serão usados no atendimento à população, que não serão desviados para engordar os lucros dos novos capitalistas do setor ou para financiar as campanhas tucanas? Enquanto isto, a população sofre com o péssimo atendimento e os servidores têm os seus salários arrochados.
Piora nos indicadores
Os indicadores revelam o crescimento das doenças medievais no estado. Em 2001, 2002 e 2006 ocorreram epidemias de dengue e a infecção pelo mosquito foi registrada em 75% das cidades – em 249 municípios. A própria Secretaria de Saúde estima a existência de 580 mil portadores crônicos do vírus da hepatite B e 420 mil de hepatite C. Há também deficiências nos programas de vigilância sanitária, vacinação, combate às endemias e no controle e uso do sangue. Já o número de leitos hospitalares teve queda de 11,5% na sua ocupação entre 2003 e 2006.
Ao mesmo tempo, cresce o número de doenças decorrentes da falta de saneamento, em especial na região metropolitana. As doenças diarréicas passaram de 403 mil, em 2004, para 617 mil, em 2007. A piora geral nas condições de saúde decorre do baixo investimento neste setor. São Paulo até possui uma extensa rede do SUS de serviços ambulatoriais e hospitalares, com mais de 4 mil unidades básicas, 1.277 unidades de atendimento de especialidades e 680 hospitais. Mas toda ela tem sido sucateada nos últimos anos, o que ocasiona a redução dos atendimentos.

Altamiro Borges: Dossiê Serra: saúde terceirizada (1)

domingo, 19 de setembro de 2010

Apóie o movimento pelo Plano Municipal de Educação

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Aconteceu neste fim de semana um encontro de trabalhadores da educação, realizado na UNSP (União Nacional de Servidores - SP) para discutir o plano municipal de educação de São Paulo. Na entidade presidida pela Professora Célia Matias, os presentes, incluindo delegados que participaram da Conferência, decidiram por iniciar um movimento para garantir que o Plano há mais de 90 dias com SME, seja encaminhado para a Câmara como Projeto de Lei. Trata-se de uma promessa do Secretário e compromisso de SME desde o ano passado. Este blog, assim como a UNSP apóia e participa desse movimento.
O Plano, aprovado por mais de 1500 delegados eleitos na cidade toda, contempla várias propostas que interessam do CEI ao Ensino Médio (leia aqui ou baixe uma versão para imprimir). Para obter êxito o movimento entende que o esforço dos sindicatos é essencial, e elaborou um abaixo-assinado pedindo a unificação das entidades para cobrar SME e organizar os trabalhadores.

Algumas das propostas aprovadas no PME-SP:
* Contagem do tempo de ADI e Diretor de Equipamento Social como cargo e carreira do magistério para fins de aposentadoria e evolução;
* Redução do número de alunos/professor do berçario ao ensino médio;
* Recesso nos CEIs em julho;
* Assistentes de Direção e Secretários de Escola em CEIs e EMEIs;
* Carreira do magistério ampliada até o QPE 27;
* Fim dos convênios.

É uma chance única de aprovarmos um conjunto de reivindicações que têm sido cozidas em banho-maria na mesa de negociação. Leia abaixo a carta de apresentação elaborada pelo movimento e o texto do abaixo-assinado. O documento para assinatura e apoio pode ser baixado clicando aqui. Recolha as assinaturas na sua unidade e entregue uma cópia do documento para a escola vizinha fazer o mesmo. Os abaixo-assinados podem ser encaminhados pelo correio até o dia 1 de outubro, para Movimento pelo PME-SP, Rua Vicente Prado, 74, Bela Vista, São Paulo, SP. CEP: 01321-020 (endereço da UNSP). As assinaturas também poderão ser encaminhadas pessoalmente no mesmo endereço até o dia 04 de outubro. Cópias dos abaixo-assinados serão encaminhadas para todas as entidades. Qualquer dúvida podem encaminhar e-mails para unsp@unsp.org.br e/ou srantiqueira@ig.com.br

CARTA DO MOVIMENTO PELA APROVAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO

Somos trabalhadore(a)s da Educação, muitos dos quais participaram, inclusive como delegado(a)s eleito(a)s,  do processo de debate e aprovação de propostas para o plano municipal de educação da cidade de São Paulo a ser convertido em lei que defina a política no município para os próximos 10 anos. A Conferência que contou com mais de 1500 delegado(a)s eleito(a)s para representar pais, alunos e trabalhadores, da rede pública e privada, bem como movimentos sociais, aprovou um plano moderno voltado para uma educação de qualidade, interesse de toda a sociedade paulistana. Há um compromisso público da Prefeitura de São Paulo e devem ser respeitados os mais de 20 mil cidadãos que participaram do processo desde a primeira fase.
Além de interesse da sociedade, o plano contempla inúmeras reivindicações de vários segmentos e defendidas pelas entidades representativas da educação. Entendemos assim, que, aos sindicatos que representam os  trabalhadores de SME, cabe a unificação imediata de agenda e ações, superando quaisquer divergências, no sentido de organizar a categoria para que se pressione a Secretaria a mandar em carater de urgência o Projeto de Lei para a Câmara Municipal, onde devemos travar debate para garantir que se cumpra o conjunto de propostas aprovadas democraticamente entre os dias 18 e 20 de junho de 2010.
Nesse sentido elaboramos um abaixo-assinado para coletar apoio dos trabalhadores de toda a rede direta onde assinam gestores, docentes e apoios, identificando o(s) sindicato(s) ao(s) qual(is) são filiados, caso sejam. Cópias dos documentos assinados pelos servidores serão entregues a todas as entidades, das quais aguardaremos uma posição pública perante os filiados que pedem sua manifestação.
Contamos com o apoio e a participação de todo(a)s para ampliar este movimento até que atinjamos nossos objetivos.

Versão da Carta para imprimir

TEXTO DO ABAIXO ASSINADO
Nós, profissionais de educação da rede municipal direta, filiados ou não a entidades sindicais, vimos reivindicar a unidade do movimento sindical, a superação das divergências, e a construção de uma agenda única pelo Fórum das entidades, com o objetivo compartilhado de mobilização para exigir da Secretaria Municipal de Educaçãot a elaboração e envio de projeto de lei contemplando as propostas do Plano Municipal de Educação, debatidas e aprovadas pelos delegados da Conferência Municipal de Educação ocorrida entre os dias 18 e 20 de junho de 2010, no Anhembi. O compromisso firmado pelo governo municipal nos últimos dois anos deve ser cumprido em respeito, não somente ao conjunto de trabalhadores da administração direta, representados democraticamente no evento, como também, a toda a sociedade que elegeu representantes entre pais, alunos, entidades conveniadas, movimentos sociais, unidades educacionais da rede estadual e privada. O atraso no compromisso, a falta de respostas de SME, o conjunto de propostas que contemplam reivindicações da maioria absoluta de profissionais de educação municipal exige união e respostas imediatas das entidades que nos representam. Abaixo subscrevemo-nos:

Abaixo Assinado para imprimir

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O sucateamento da saúde pública de São Paulo

Reproduzo a matéria do site Carta Maior que encontrei publicada no site do SINDSEP.

Carta Maior – Política:

01/09/2010

O sucateamento da saúde pública de São Paulo

Avaliação de 350 mil usuários do SUS de São Paulo, efetuada pela própria Secretaria de Estado da Saúde (SES) relata ausência de vacinas do calendário básico em diversas unidades de saúde da Secretaria, analgesia durante o parto realizada com “panos quentes” e a demora absurda na realização de diversos exames complementares. No município de São Paulo, o atual prefeito Gilberto Kassab pauperizou a tal ponto alguns dos hospitais sob tutela da Autarquia Municipal, que há vários meses, por exemplo, não existem colchões em hospitais da Zona Leste da cidade. O artigo é do médico João Paulo Cechinel Souza.

João Paulo Cechinel Souza (*)

Os mutirões da saúde, proclamados e anunciados por José Serra como sua principal plataforma de trabalho na Saúde, têm na falácia do discurso e na grande mídia seus sustentáculos operacionais. Para os seguidores de teorias inocentes e despudoradas, como se faz parecer o dito presidenciável, os mutirões são a salvação da lavoura em meio a uma grande seca. Traz a resolução dos mais diversos problemas, que cotidianamente enfrentamos no país nessa área, através da contratação de alguns profissionais, que sairiam Brasil afora com essa nobre tarefa.
Numa análise simplista pode parecer plausível. E é – para problemas pontuais, que, diga-se de passagem, são raros na assistência à saúde. Em sua maioria, cirurgias para correção de catarata e problemas de próstata (apenas para citar aqueles referidos por Serra com mais frequencia), necessitam de avaliação pré e pós-operatória imediatas, além, obviamente, do seguimento ambulatorial dos pacientes submetidos a tais intervenções.
Infelizmente, como já escrevemos e evidenciamos em artigo anterior (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16821), o acompanhamento prolongado e qualificado dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) não parece ser a preocupação do ex-governador de São Paulo.
Para se ter uma idéia melhor do que estamos falando, basta trazer aos leitores a avaliação de 350 mil usuários do SUS de São Paulo, efetuada pela própria Secretaria de Estado da Saúde (SES) – e cuja publicação só foi divulgada (tardiamente) após esforços oriundos de várias instituições e entidades vinculadas à Saúde no Estado, além de alguns órgãos de imprensa (http://www.saude.sp.gov.br/content/vuuecrupru.mmp). Resumidamente, a maior parte desses cidadãos relata ausência de vacinas do calendário básico em diversas unidades de saúde da SES, analgesia durante o parto realizada com “panos quentes” e a demora absurda na realização de diversos exames complementares.
No município de São Paulo, o atual prefeito Gilberto Kassab, seguidor e fiel escudeiro de Serra, pauperizou a tal ponto alguns dos hospitais sob tutela da Autarquia Municipal, que há vários meses, por exemplo, não existem colchões em hospitais da Zona Leste da cidade – uma das regiões de concentração das famílias mais carentes economicamente, enquanto a população atendida se aglomera dentro dos pronto-socorros como animais num abatedouro. A estratégia é clara – e antiga: o próprio Serra, junto com FHC, já a utilizou diversas vezes antes, durante sua gestão no Governo Federal, com os hospitais e universidades federais. Primeiramente, precariza-se ao máximo uma das “portas de entrada” da população aos serviços oferecidos pelo Estado (no caso, um pronto-socorro, hospital ou unidade básica de saúde).
Num segundo momento, aproveita-se a divulgação midiática da situação (demora no atendimento ou na realização de exames) e sua reverberação junto à população atingida pelo caso. Apresenta-se, então, a estratégia “milagrosa” – e sofismável, que há quase duas décadas permeia o dia-a-dia do atendimento à saúde no Estado de São Paulo: a entrega dessas instituições às Organizações Sociais (OSs).
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, essas mesmas OSs, regulamentadas pela Lei 9637/98 (mas instituídas por Medida Provisória anterior), têm autorização para contratar (com dinheiro público) funcionários e serviços sem a necessidade de se realizar qualquer concurso ou licitação. Parece estranho, não? Mas assim têm funcionado em boa parte das instituições vinculadas à SES de São Paulo e que prestam atendimento por essas latitudes. A forma sui generis de administração de recursos oriundos do erário público encontra na alegação de que são entidades “sem fins lucrativos” a explicação nada plausível e totalmente incompreensível que Serra pretende utilizar de um lado a outro do país – e Geraldo Alckmin terminará de implantar em São Paulo. Os privilégios de alguns poucos diretores e gestores privados e o oferecimento à população, em contrapartida e como regra absoluta, de serviços de baixa complexidade tecnológica (que não realizam transplantes ou sessões de hemodiálise, por exemplo), já foi alvo de questionamento de diversas entidades e do próprio Ministério Público do Estado – que encontraram nessas aberrações administrativas uma forma quase perfeita de ludibriar uma série princípios legais ora vigentes no país, como a lei de licitações e o controle público dos gastos do setor.
Detalhe administrativo. Foi a isto que se resumiu a Saúde Pública paulista e paulistana sob a gerência demotucana. No mais, o ignominioso tratamento dispensado ao setor e a forma displicente de tratar aquele que deveria ser seu público alvo faz com que Serra continue utilizando álcool gel para higienizar suas mãos toda vez que chega perto desses cidadãos – e óleo de peroba no rosto toda vez que vai à televisão dizer que a Saúde foi, é ou será sua prioridade. De concreto, não deve conseguir mais do que o cantores genéricos para suas propagandas...
(*) João Paulo Cechinel Souza é médico especialista em Clínica Médica, residente em Infectologia do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (São Paulo) e colaborador da Carta Maior.

domingo, 12 de setembro de 2010

SME decide realizar remoção de agente escolar no primeiro trimestre do próximo ano

Do site do SINPEEM:

SME decide realizar remoção de agente escolar no primeiro trimestre do próximo ano

08/09/2010 – O SINPEEM, contrário à terceirização, tem exigido do governo que altere o módulo de agente escoar das unidades, muito defasados atualmente.

O encerramento de alguns contratos com empresas terceirizadas tem agravado a situação, deixando claro que estamos corretos no nosso posicionamento.

Para os atuais agentes escolares, exigimos a transformação, combinada simultaneamente com a realização de concurso e ingresso no cargo.

O adiamento da remoção, ocorrido também no ano passado, só é razoável se for para atender à necessidade de organização do módulo e planejamento para a transição entre os contratos de terceiros e preenchimento do quadro do pessoal de apoio, através de concurso.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Creches conveniadas da cidade de SP recebem reajuste de 20%

Do R7-Notícias
publicado em 17/08/2010 às 10h57:

Professores da rede tiveram piso acertado em R$ 1.200

Os CEIs (Centros de Educação Infantil) indiretos ou conveniados à rede municipal de ensino da cidade de São Paulo - creches que atendem crianças de 0 a 3 anos e ensino infantil - vão receber um reajuste de 20% sobre o valor per capita (por pessoa) e adicional berçário da Secretaria Municipal de Educação da capital paulista.
O aumento da verba será repassado a partir deste mês e foi calculado a partir do número de crianças atendidas em cada unidade. Desta maneira, uma creche que atende até 60 crianças receberá um valor per capita de R$ 339. Já, as que atendem entre 61 e 90 alunos, receberão R$ 271; entre 91 a 120 crianças, R$ 251; e, acima de 120 crianças, R$ 237. O adicional berçário foi reajustado para R$ 109. Além do reajuste às unidades de ensino, os professores da rede terão um piso fixado em R$ 1.200.
De acordo com a secretaria, a rede municipal de ensino infantil tem 1.040 convênios firmados e foram mais de 127 mil matrículas de 2004 até hoje. O índice municipal de alunos das escolas infantis do município foi maior do que do Estado – entre março de 2008 e março de 2009 foram 20 mil matrículas de crianças de 0 a 3 anos, um aumento de 20,7% frente 14,2 % do Estado e 8,3% do país.
Creches conveniadas da cidade de SP recebem reajuste de 20%

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Prefeitura de SP é incapaz de controlar hospitais terceirizados, aponta auditoria

Do blog Luis Nassif Online

O TCM e os hospitais terceirizados em SP

Enviado por luisnassif, qua, 11/08/2010 - 14:25
Da Rede Brasil Atual
Prefeitura de SP é incapaz de controlar hospitais terceirizados, aponta auditoria
Segundo relatório do Tribunal de Contas do Município, contas de Organizações Sociais mostram problemas de gestão, foram aprovadas com erros e têm dados inconsistentes
Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
São Paulo - Auditoria do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM) apontou irregularidades no controle das Organizações Sociais (OS) que prestaram serviços na área de saúde na capital paulista, ao longo de 2009. A análise considerou as contas da Secretaria Municipal de Saúde e do Fundo Municipal de Saúde. O relatório do TCM indica que, apesar da existência de um órgão na secretaria para monitoramento e avaliação das OSs – o Núcleo Técnico de Contratação de Serviços em Saúde (NTCSS) –, há problemas no controle e fiscalização das organizações.
O trabalho do órgão é "falho e ineficiente, uma vez que as prestações de contas da contratada foram aprovadas contendo erros e inconsistências nos dados", cita o documento do tribunal. Outra irregularidade encontrada pelos auditores é a inexistência de contas correntes específicas para repasses e movimentação de valores, o que "inviabiliza a transparência e o controle da movimentação financeira das entidades".
odelo de gestão de unidades de saúde por fundações e institutos é adotado com a justificativa de reduzir custos e aumentar a eficiência e a capacidade de investimento, já que dispensa licitações na aquisição de material e equipamento. Porém, a fórmula é criticado por sindicatos de trabalhadores do setor como uma forma de terceirização da gestão.
Na avaliação do órgão, a secretaria não tem capacidade de controlar as OSs. Os "apontamentos trazem à tona a incapacidade da Secretaria Municipal de Saúde de controlar de modo eficaz os contratos por ela firmados (...). Principalmente em função de seu escasso quadro técnico e também pela falta de sistemas informatizados que auxiliem nesse processo de gerenciamento", lista o relatório do tribunal.
São Luiz Gonzaga
No relatório, o TCM também diagnostica atraso nos repasses da secretaria para as OSs, além de problemas de lotação. O Hospital São Luiz Gonzaga, localizado no Jaçanã, zona norte da capital, por exemplo, tem uma taxa de ocupação de 101,24%, quando a taxa desejável, de acordo com o Ministério da Saúde, é de 80 a 85%.
Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), da Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara de Vereadores de São Paulo, o hospital municipal São Luiz Gonzaga é uma amostra do descontrole de repasse dos recursos da prefeitura para as Organizações Sociais.
Durante visita ao hospital, a parlamentar afirma ter constatado que a entidade recebe reembolso por exames de diagnóstico por imagem que não são realizados. "Os pagamentos estão sendo efetuados na íntegra, sem qualquer avaliação e controle pelo Núcleo Técnico de Contratação de Serviços de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde", aponta, em representação ao TCM, com pedido de auditoria no contrato da OS Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, responsável pelo hospital.
A Santa Casa tem contrato no valor de R$ 21,7 milhões para gestão, apoio e execução das atividades e serviços de saúde na microrregião do Jaçanã e Tremembé. O valor orçado para os serviços de imagem da comunidade externa é de R$ 1 milhão por ano.
Auditoria externa
Segundo dados do jornal Folha de S. Paulo, a incapacidade da prefeitura de fiscalizar as OSs teria levado o Executivo a buscar a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) para realizar auditoria externa.
Procurada pela Rede Brasil Atual, a fundação não quis comentar se existe contrato com a prefeitura para auditar as OSs. "Somente os clientes podem se manifestar sobre eventuais contratos", afirmou a Assessoria de Imprensa da instituição.
No ano passado, do orçamento de R$ 5,3 bilhões disponível para a Secretaria Municipal de Saúde, as OSs receberam R$ 1,4 bilhão para gerenciar Unidades Básicas de Saúde (UBS), Assistência Médica Ambulatorial (AMAs), hospitais, laboratórios e equipes do Programa Saúde da Família.
O TCM e os hospitais terceirizados em SP | Brasilianas.Org

domingo, 8 de agosto de 2010

Artur Henrique: Como o governo paulista “engana” o SUS

Do blog Viomundo - O que você não vê na mídia – Jornalista Luiz Carlos Azenha
5 de agosto de 2010 às 14:46

Em São Paulo, o SUS luta pela sobrevivência


agosto 4, 2010

do blog do Artur Henrique, presidente da CUT

O Sistema Único de Saúde enfrenta uma série de desafios para atingir de maneira uniforme, em todos os locais em que atua, o padrão de excelência a que se propõe. Sua concepção, abrangência e a prática efetiva da universalidade são reconhecidas internacionalmente como exemplares. E há grande número de casos em que a rede pública chega muito próximo do ideal pretendido.

Mesmo assim, um dos desafios do SUS é romper a insistência com que é retratado quase sempre a partir de notícias negativas. Relativamente, são poucas as ocasiões em que o sistema é apresentado em reportagens que apontem seus muitos acertos. E nunca, ao menos nos grandes meios de comunicação, são denunciados ataques – espécie de sabotagem, poderíamos dizer – a que é submetido, como, por exemplo, o fato de a rede privada de hospitais encaminhar seus clientes ao SUS em casos de alta complexidade, aumentando as filas e fugindo ao que vendem – literalmente – à opinião pública.

Nem fica explícito o fato de o fim da CPMF, que retirou fonte de financiamento do SUS, não ter baixado os preços dos produtos, como prometiam. O empresariado transformou em lucro a redução tributária que conseguiu com a ajuda da oposição ao governo Lula.

Outro caso muito grave de ataque ao SUS, e que merece atenção neste período eleitoral, é a tentativa sistemática dos governos estaduais paulistas, ao longo dos últimos anos, de esvaziar o caráter público do sistema.

Um dos mais notáveis mecanismos dos governos do PSDB em São Paulo é não cumprir de verdade a emenda 29. A emenda determina a aplicação de 12% das receitas do Estado diretamente em serviços de saúde de caráter universal. Para garantir o respeito a este princípio, os movimentos populares de Saúde e o movimento sindical estão pressionando pela regulamentação da emenda com o objetivo de, entre outras coisas, estabelecer de maneira muito clara o que deve ser considerado serviço de caráter universal.

Para simular cumprir os 12%, os governos estaduais tucanos em São Paulo incluem na conta programas como os de distribuição de leite ou o “Alimenta São Paulo”, de distribuição de cestas básicas para famílias de baixa renda. Por melhor que fossem, não são investimentos no sistema público de saúde universal, evidentemente.

Uma das consequências dessa postura é que os municípios são obrigados a investir muito mais do que o determinado pela lei para cobrir a ausência de participação do governo estadual.

A secretária municipal de Saúde de Diadema, Aparecida Linhares Pimenta, informa que a cidade investe 30% de suas receitas na rede pública, quando a emenda 29 recomenda 15%.

Vice-presidente da Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Cidinha, como é conhecida a secretária, denuncia também que, em média, as prefeituras investem 22% das receitas.

Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo, afirma que são até 25% empenhados pela cidade, enquanto o governo estadual comparece só com 1%. O restante vem de repasses federais.

Tal descaso vem acompanhado de uma estratégia privatizante que atende pelo nome de Organizações Sociais (OS’s), programa que delega a entidades de caráter privado – fundações, ONG’s e outras – a administração de hospitais públicos, desde o uso do dinheiro que recebem do Estado até a escolha de que tipo de paciente será atendido, terceirizando a gestão. No Estado de São Paulo, já são 27 hospitais públicos entregues a OS’s.

Entre os resultados dessa política, um exemplo recente e escandaloso vem da região do ABC, onde o hospital estadual Mário Covas, gerido por uma OS, suspendeu desde a semana retrasada o atendimento de parto. Sem aviso prévio, sem nenhum tipo de combinação com os prefeitos da região.

As entidades sindicais que atuam no Estado na área da Saúde já fizeram algumas denúncias dessa prática, com sólida documentação. Há casos em que hospitais geridos por OS’s suspendem o atendimento a acidentados, com o objetivo de cortar custos.

Além de desumano e contrário aos princípios da medicina, esse tipo de postura rompe com a lógica do SUS e seus princípios de equanimidade e universalidade.

A gestão dos recursos públicos pelas OS’s não é submetido a controle social. Denúncias de mau uso das verbas e interrupção de atendimentos, quando vêm à tona, acontecem pelo trabalho de sindicatos e de parlamentares, que cruzam relatórios do tribunal de contas e informações colhidas através de investigação militante.

Por fim, desmentindo os ideais de “competência” e “produtividade” dos hospitais geridos pelas OS’s, há relatos impressionantes de gastos suspeitos. Um jornal de grande circulação denunciou, em 2007, que o orçamento das OS’s era em média 13,5% maior que os da administração direta, apesar de ter volume de internações 25,8% menor.

Está na hora de aprofundar este debate.

Artur Henrique: Como o governo paulista “engana” o SUS | Viomundo - O que você não vê na mídia

domingo, 27 de junho de 2010

Creches conveniadas perto do fim em São Paulo?

     O artigo publicado pelo Valor Econômico (reproduzido mais abaixo) destaca o tema mais polêmico da Conferência Municipal de Educação : o fim dos convênios de creches e CEIs em São Paulo. (leia também Plano Municipal de Educação: Vitória dos servidores! e Ação Educativa: De Olho no Plano)
     Recordar é viver. As primeiras iniciativas no Brasil, ainda no século XIX, de proteção à infância foram de caráter higienista, visando combater a grande mortalidade infantil e a ausência de ações governamentais. Ao mesmo tempo havia a preocupação da sociedade capitalista em formação, de liberar mulheres não somente para a indústria, mas para os serviços de empregada doméstica. Mas a ausência do Estado foi marca permanente nessas políticas, e mesmo em 1919 quando se criou Departamento da Criança no Brasil, suas ações eram mantidas por doações. O caráter assistencial e filantrópico das antigas casas dos expostos e depois das creches se manteve por quase todo o século XX, até que os esforços e o movimento de vários segmentos da sociedade garantiram a educação como direito da criança e dever do Estado na Constituição de 1988.
     Os movimentos sociais tomaram força na década de 1970 com o declínio e consequente fim do regime militar. O Movimento de Luta por Creches em São Paulo nasceu em 1973 e deu seu grande salto em 1979 com o 1º Congresso da Mulher Paulista. O movimento que se espalhou por quase todos os bairros da Capital naquele ano, exigia do governo municipal a construção de mais creches em São Paulo que contava com apenas 119 equipamentos, dos quais apenas 3 eram da administração direta. O restante era fruto de convênios da Prefeitura com entidades sociais particulares. A verba era insuficiente e o serviço precário, necessitando de arrecadação de outras verbas para a sobrevivência da entidade e até mensalidade dos pais eram cobradas. Ainda em 1979, o Prefeito Reynaldo de Barros prometeu ao movimento a construção de 830 creches até o final de 1982. O então Prefeito, apesar de não cumprir nem 15% do prometido, realizou a maior expansão de creches diretas até hoje, terminando 1982 com 120 creches diretas, porém com muitas críticas do Movimento. Irregularidades na construção a “toque de caixa” para fins eleitorais, contratações de funcionários por indicação política, precariedade no atendimento desfilaram entre tantas denúncias.
     A administração Mário Covas (1983-1985) construiu 70 novas creches e instalou uma Comissão Especial de Inquérito para investigar as construções da gestão anterior. Covas propôs o conveniamento de todas as creches diretas, ao que a Comissão instalada foi contra.
O Movimento de Luta por Creches enfraqueceu a partir de 1984 pelas divergências internas, especialmente nas falas dos representantes das conveniadas, pela divisão entre os que defendiam o atendimento exclusivo de crianças pobres e os que defendiam a universalização do direito. Apesar de tais divergências, o relatório da Comissão “afirma que o Movimento não só conseguiu reconhecimento e legitimação de suas pautas, como foi responsável pela mudança radical de opinião sobre a creche pública: de algo ligado à imagem de asilo para crianças abandonadas, relacionado à culpa, para equipamento social com mesmo valor de outros como a escola e o posto de saúde.(1)
     Entre 1985 e 1988 os investimentos de Jânio Quadros nas políticas de creche foram precários: “não houve elaboração de diretrizes nem propostas pedagógicas, houve greves e demissões, a infra- estrutura e funcionamento ficaram totalmente comprometidos, chegando até mesmo a faltar alimentos.(1) Também se agregou as creches à Secretaria de Educação como uma espécie de apêndice, sem integração de ações. “A creche foi fechada à comunidade, funcionários foram nomeados por indicação política e a creche deixou de ser prioritária nas propostas de governo.”(1)
     O governo de Luíza Erundina construiu 80 novas creches e se notabilizou pela política voltada para as creches, iniciando a gestão com a realização de um diagnóstico das creches que retornaram às FABES. A política voltada para a participação popular, implementou vários programas e documentos para instituir projetos pedagógicos nas creches, flexibilização das rotinas e capacitação das ADIs (leia A história roubada). Erundina ampliou as vagas em creches diretas (28,65%) bem como em creches conveniadas (19,37%), mas priorizando as primeiras. As matrículas na educação nesse período, em toda a rede municipal subiram 15,9%.(5)
     Paulo Maluf foi responsável por uma nova fase de retrocessos nas políticas de creche, sucateando creches por redução de investimentos e falta de funcionários. As creches diretas em crise foram facilmente conveniadas e transformadas em rede indireta. Os funcionários eram encaminhados para outras creches diretas que já amargavam a falta de servidores. Maluf reduziu em 12,7% as vagas nas creches diretas e privilegiou os convênios que aumentaram as vagas em 91,39%.  No total de matriculados na rede municipal cresceram apenas 0,14%.(5)
     Pitta manteve a política de sucateamento das creches diretas e conveniamento no seu governo, mas se deparou com um movimento pelo cumprimento da LDB que exigia a integração das creches na rede municipal de ensino. Em 1998 ocorreu a nomeação de ADIs concursadas, já no final do conturbado governo. Foram reduzidas as vagas nas diretas em 1,27% e ampliou-se em 31,82% nos convênios, enquanto a rede de ensino cresceu apenas 1,89%.(5)
     O governo Marta construiu 44 CEIs diretos, e mais CEIs com o dobro da capacidade (300 crianças) em 21 CEUs, o que se considerado em dobro à capacidade padrão, equivale a 86 unidades novas. Para a rede direta significou um crescimento das vagas superior de 87%, enquanto houve investimento também na rede conveniada, porém menor, em torno de 23%, conforme Diário oficial de 31/12/04.(6) Entre 2000 e 2004, comparando os dados do Censo Escolar fornecidos pelo INEP, verificamos que as vagas na rede municipal de ensino, computando-se o total de matrículas em EMEIs, Ensino Fundamental e Médio e EJA (creches não incluídas no censo de 2000), cresceram 10,8%.
     Conforme dados de 2009 fornecido pelo atual governo no texto para debate do Plano Municipal de Educação, comparados ao Censo Escolar de 2004, há uma redução de mais de 133 mil alunos (-13,5%), sem contar CEIs e creches, em todos os segmentos: EMEIs (-3,6%), Fundamental (-10,9%), Ensino Médio (-14,3%), EJA fundamental (-41,6%). Comparados os dados de 2009 com os dados de 31/12/2004(6), a rede direta de CEIs também encolheu quase 13%. Somente a rede conveniada cresceu, e batante: 77,3%. Esses dados indicam concretamente uma fuga do investimento da educação pública para o setor privado, ainda que filantrópico. Vemos um retrocesso histórico.
     Não se trata de questão corporativa como quis alegar o Secretário à reportagem do Valor Econômico abaixo. Tratamos de princípios constitucionais. A educação de qualidade, enquanto direito, passa pelo dever do Estado, por profissionais capacitados, com salários dignos e planos de carreira. Não há como se garantir tais princípios utilizando-se a saída barata dos convênios. Paga-se pouco por crianças arriscadas a espaços mal estruturados, distribuídos e organizados. Pouca receita define uma situação na cidade de trabalhadores em creches conveniadas, sem o título de professor, ganhando em torno de R$ 800,00 para trabalhar 40 horas, sem horário de planejamento. Lembremos que Professores de Educação Infantil nos CEIs diretos possuem salário inicial de R$ 1.418,22 e final de R$ 3.424,93, e jornadas 30 horas semanais, das quais 5 são detinadas a planejamento, formação continuada e pesquisa. Fossem as entidades obrigadas a arcar com os mesmos custos com seus funcionários fechariam suas portas, exceto se o governo pagasse o necessário, o que tornaria o convênio uma saída não mais atraente para este. O governo também encontrou outras maneiras de reduzir a demanda pelo atendimento em creche:
“São Paulo tem fila paralela para vaga em creche” – Jornal Agora
Kassab e o milagre da multiplicação das vagas
Kassab expulsa crianças das creches para fingir que reduz déficit. Dano às crianças faz Ministério Público intervir
      Creche é direito da criança e dever do Estado. Obviamente, é “inexequível” encerrar os convênios hoje, mas um plano é para isso: pensarmos como fazer. As metas para a próxima década estão postas pela sociedade representada na Conferência. Não podemos aceitar uma atitude de SME do tipo “agora não brinco mais”. Os 20 mil participantes que elegeram os 1500 delegados presentes na Conferência não podem ser tratados como palhaços. Pode ter certeza, Secretário: a sociedade também estará na Câmara, defendendo os seus interesses (dela, é claro).
Fontes/Artigos relacionados:
1- POLÍTICAS DE ATENDIMENTO À INFÂNCIA NAS CRECHES MUNICIPAIS DE SÃO PAULO (1989 A 1992)
2 - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: AVANÇOS, RETROCESSOS E DESAFIOS DESSA MODALIDADE EDUCACIONAL
3- MOVIMENTOS COLETIVOS NO BRASIL URBANO
4 - [DOC] História da Educação Infantil
5 - GOVERNA MARTA SUPLICY 2001-2004
6 - As distorções do Estadão para defender os demo-tucanos
7 - A história das creches e o preconceito no magistério
8 - Número de crianças sem ensino infantil cresce em São Paulo

Creches conveniadas perto do fim em São Paulo?

Luciano Máximo, de São Paulo – VALOR

Professores, funcionários de escolas, familiares, sindicalistas e integrantes de movimentos sociais que vinham participando da construção do primeiro plano de educação da cidade de São Paulo aprovaram a expansão do número de creches da administração direta associada à limitação dos convênios entre prefeitura e organizações não governamentais (ONGs) para a administração das escolas municipais de educação infantil paulistanas.
Depois de meses de debates acirrados, a decisão foi tomada no último dia da da Conferência Municipal de Educação, encerrada ontem, e vai constar do texto final do plano, assim como outras dezenas de propostas votadas que servirão como diretrizes para as políticas educacionais do município dos próximos dez anos. No momento, a comissão organizadora da conferência prepara o documento para, em 20 dias, encaminhá-lo à Câmara de Vereadores, onde será apreciado e convertido em lei.
Além do fim progressivo das creches conveniadas, o plano municipal de educação também apresenta outras metas para o período 2011-2020, como a redução do número de alunos por sala de aula na rede pública, a não expansão do ensino médio municipal, revisão de aposentadorias de profissionais da educação infantil e uma série de medidas referentes à educação inclusiva.
Com um problema histórico de oferta de vagas para crianças de 0 a 3 anos, de 2002 até hoje a prefeitura de São Paulo passou a apostar nos convênios com ONGs para ampliar o atendimento em creches. “O nome disso é terceirização, quando você paga para alguém fazer o que é sua responsabilidade”, comenta o diretor Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Floreal Botias Júnior.
Segundo ele, o modelo foi apresentado como medida alternativa ainda no governo da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). “Mas se transformou na principal política da atual administração, que deixou de investir num plano de construção de novas creches públicas, onde há profissionais mais bem pagos e preparados e um maior controle”, diz o sindicalista. O piso salarial do professor de creche da administração direta é de cerca de R$ 2 mil, enquanto o contracheque dos docentes das unidades conveniadas não supera os R$ 900.
Atualmente, São Paulo conta com 338 creches da administração direta e mais de 1.000 unidades conveniadas. O déficit hoje está em 75 mil vagas. A prefeitura alega que não consegue encontrar terrenos para construir novas unidades. Em Guaianases, extremo da zona leste, foram abertas mais de 120 creches conveniadas em cinco anos e apenas três unidades diretas. Maria Angela Gianetti, diretora regional de educação, explica que o instrumento de parceria com organizações sociais é a forma mais eficiente para atender a demanda do setor. “Quando assumi, em 2005, havia 1.800 vagas. Com as conveniadas atendo hoje a 14 mil crianças. O processo é muito burocrático na administração direta”, conta Maria Angela, reforçando que há supervisão e acompanhamento pedagógico nas escolas conveniadas.
O secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, disse ao Valor que vai combater a inclusão da limitação das creches conveniadas no plano municipal de educação. “É natural que os sindicatos tenham forte participação na elaboração do e aprovem medidas corporativas. Mas o fim dos convênios é uma ação inexequível e vai contra o próprio histórico da oferta de atendimento na cidade, e eu defenderei sua manutenção na Câmara”, afirmou Schneider.

Artigo publicado em Blog Leituras Favre

domingo, 13 de junho de 2010

Plano Municipal de Educação – Rede quer redução de alunos em CEIs e EMEIs


Pesquisa sobre as propostas de educação infantil para o plano municipal identificou 31% de incidência do tema "redução de aluno por professor" e 9% de propostas contendo o recesso de julho nos CEIs. Outro dado notável foi a defesa da rede conveniada maior que a defesa da rede direta.
Nos próximos dias 18, 19 e 20 acontecerá a Conferência do Plano Municipal de Educação. Mas até agora não está disponível no Portal de SME a organização do evento. O portal do Plano Municipal de Educação de SME, no entanto, já dispõe das propostas e resultados das discussões (clique aqui). Na página é possível consultar Tema, Distrito, Entidade e/ou Nome do Responsável para listar as propostas. Selecionei as propostas de educação infantil que estão disponíveis em arquivo do Word (baixar aqui – arquivo seguro). Foram 1781 propostas para Educação Infantil. Também disponibilizei uma planilha Excel para pesquisa (baixar aqui – arquivo seguro). Pela planilha pesquisei alguns temas para verificar a recorrência de propostas – veja os resultados abaixo. Quem tiver facilidade para lidar com fórmulas e filtros no Excel pode contribuir com pesquisas de outros temas.

Resultados das Propostas
Redução do número de crianças e recesso em julho
Selecionei alguns temas para pesquisar (veja o quadro). Dentre eles o que mais chamou a atenção foi o número de propostas pela redução do número de alunos por sala de aula/professor na educação infantil, presente em 558 das propostas (31%). Os números da redução nem sempre foram apresentados, e variaram entre si, sendo que algumas propostas se concentraram em EMEIs e outras em CEIs, e em alguns poucos casos em EMEFs. Outro tema marcante, presente em 9% das propostas foi o recesso em julho, a segunda maior incidência dentre os temas pesquisados.

CEIs Conveniados X CEIs Diretos
Pesquisei também o número de propostas que defendiam a rede conveniada e indireta ou a priorização da rede direta. Agrupei de um lado todas as propostas que defendem igualdade, extensão de direitos dos profissionais da rede direta para rede indireta e conveniada, bem como aquelas que defendem a valorização, manutenção ou ampliação dessa rede (inclusive de EMEIs), bem como ampliação da destinação de verbas para esse segmento. Por outro lado computei as propostas que defendem o fim ou redução da rede conveniada e indireta com priorização da rede direta. O número de propostas pela rede conveniada e indireta foi bem superior ao número de propostas que se preocuparam com a valorização da rede direta (145 a 84 propostas respectivamente. Esses números demonstram que um grande embate se dará na Conferência entre a rede direta e a rede conveniada. Está em jogo (no Brasil inteiro) a questão do financiamento da educação pública, e o quanto essas verbas serão disputadas entre os dois segmentos. Tenho a opinião de que o Estado não pode lavar as mãos no oferecimento de Educação pública e que os representantes da rede direta devem saber que não é uma questão qualquer. O governo, que como o atual, opta pelo convênio, quer pagar mais barato e destina dinheiro público que vem fazer falta na rede direta, tanto para atender sua qualidade quanto para bancar os salários dos educadores. As entidades sempre foram muito importantes para garantir um atendimento assistencial mediante a ausência do poder público. Mas com a Constituição de 1988 e as creches como Educação Básica, não há justificativa para empurrarmos com a barriga a responsabilidade dos governos. Trata-se definir um prazo e/ou uma taxa de redução do atendimento conveniado e ampliação do atendimento direto. A necessidade das entidades se manterem não justifica a omissão do Estado. Entidades assistenciais, beneficentes e filantrópicas só se justificam pela ausência de políticas públicas. Se conquistamos essas últimas, reduziremos a necessidade das entidades na sociedade.

Terceirizações
A terceirização de serviços dentro das unidades educacionais públicas e diretas como merenda, limpeza e vigilância foi combatido por 45 propostas, porém foi defendido em 23 propostas. Revela a falta de clareza de muitos companheiros que apelam pela saída fácil da terceirização. Fácil porque gera um falso alívio do modelo obsoleto de gestão que permanece centralizado na direção da unidade escolar. O diretor se livra de lidar com conflitos por um lado, mas sem poder abrir de mais de uma centena de novas atribuições como acontece na merenda terceirizada. Ao invés de se rever o modelo de gestão, a administração atrai adeptos da terceirização com argumentos falaciosos. A terceirização é um caminho aberto à corrupção, exploração de trabalhadores, e desperdício de dinheiro público ao incluir nas contas a obtenção de lucro pelos prestadores de serviço. O caminho somente é fácil quando e se não se quiser repensar o modelo ultrapassado de gestão da escola.

Integração de CEIs e EMEIs
Propostas prevendo a integração (ou unificação) de CEIs e EMEis chegaram a 23 ocorrências.

 Recorrência dos temas nas 1781 propostas para a Educação Infantil
TEMA
Número de propostas
Porcentagem
redução de alunos por sala/professor558 31% 
recesso em julho156 9% 
defesa de rede conveniada e indireta 145 8% 
defesa de diretas 845%
a favor de terceirização141%
contra terceirização453%
integração de CEIs e EMEIs231%

quinta-feira, 11 de março de 2010

A Terceirização do sindicato

Com um discurso "somos contra a terceirização, e não contra os terceirizados", a diretoria defendeu a proposta de filiar profissionais que não são empregados ou servidores da prefeitura, mas de entidades, ONGs, OSs, ou qualquer coisa que eu não saiba explicar. A tese única do congresso, escrita pela diretoria, contraditoriamente defende a luta contra a terceirização, e é pelo concurso público. Imagine se a diretoria assume a bandeira de sua própria tese. Imaginem um eventual governo que se comprometa com o SUS e que desmonte as OS´s. Com o PAS foi assim, durou só até o Pitta. O que o sindicato diria aos novos filiados? Daria um tapinha nas costas deles e diria: infelizmente você vai perder seu emprego, se quiser preste o concurso. O sindicato não pode acender uma vela pra Deus, outra pro diabo. É oportunismo. Parece que todos os caminhos devem levar para o imposto sindical. Afinal, é preciso cobrir o buraco deixado pelas desfiliações. A diminuição dos filiados foi tanta que o sindicato já perdeu outra liberação de ponto. Voltou para a base a diretora que deveria ser reponsável pela pasta de formação. Se já tínhamos perdido a formação sindical, agora não temos de quem cobrar. Como a culpa pelas desfiliações e a falta de mobilização da categoria, segundo a diretoria do sindicato, deve ser assumida pela própria categoria, não deixa de ser uma terceirização. A categoria deve se mobilizar e organizar a si mesma. Quanto à proposta deles se resume: como eles já não defendem os servidores e empregados públicos, estatutários e celetistas, agora querem não defender os terceirizados também. O que as categorias terão em retorno? Poderão utilizar o convênio com o Clube de Regatas Tietê. No caso dos terceirizados, se não perderem seus empregos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

POR UM SINDSEP FORTE

NÓS E O X CONGRESSO DA CATEGORIA


Estamos jogados em qualquer canto, para fazer qualquer coisa, ganhando mal, com direitos negados e sofrendo assédio. Que o Prefeito nos trata como lixo, todos sabemos. E ele deita e rola porque encontra um sindicato inerte, incapaz de organizar os trabalhadores para a luta. Mas não adianta botar a culpa na categoria. Ela não se sente representada porque não é. Não têm respostas, nem voz. Ela não acredita, não participa e se desfilia.


Fomos delegados por nossos pares para representá-los no X Congresso da categoria, porque queremos mudar essa realidade e não deixá-la como está. Não podemos passar 3 dias juntos sem decidir os rumos dos municipais. Está no nosso estatuto: o Congresso “é a instância máxima de deliberação da entidade e deve definir a linha de ação do sindicato” e “fixar o seu plano de lutas.”

Não viemos só para levantar crachá e aprovar a tese de meia dúzia de diretores que se acostumaram com suas cadeiras. Sindicalismo não é profissão, e o sindicato não é escada. Precisamos reagir. Queremos achar a saída

Cadê nosso Plano de Lutas?

Precisamos garantir:

sindicato presente nas unidades;

Meta de ampliação dos RSUs e preenchimento total das 100 vagas de CRRs;

Formação sindical;

Fiscalização pelos RSUs e CRRs do cumprimento das resoluções do Congresso;

Balanço da diretoria quanto ao cumprimento das decisões da categoria.

Não podemos sair sem responder:


Como o sindicato trará a categoria de volta?

Como o sindicato organizará os locais de trabalho?

Como o sindicato ampliará os representantes sindicais e conselheiros?


Alguém viu o estatuto?


Não vimos o estatuto divulgado porque as alterações do último Congresso ainda não foram registradas. Uma mudança que impedia a dança das cadeiras (principais) da direção foi votada contra a vontade da diretoria. Alegam que tem um problema jurídico. Será que vão querer voltar atrás? Atenção!

Terceirização, Não!


A tese da direção está repleta de textos contra a terceirização. Ainda bem, pois no último Congresso conseguimos impedir que eles filiassem trabalhadores sem concurso público.

Como poderíamos defender os empregos desses trabalhadores e o concurso, ao mesmo tempo. Esperamos que essa conversa não volte.

Servidores - Sindicatos, Políticas Públicas, Funcionalismo