quarta-feira, 25 de agosto de 2010

“Dois professores na sala de aula, propaganda enganosa do governo paulista”

Aproveitando a campanha eleitoral, onde as mentiras deixam as propagandas pagas com nosso dinheiro para o horário gratuito, vamos lembrar que papo é esse de 2 professores por sala de aula. Na escola de Serra e Kassab, 1 + 1 não dá 2.

Do site Viomundo - O que você não vê na mídia

30 de abril de 2010 às 21:03

“Dois professores na sala de aula, propaganda enganosa do governo paulista”

por Conceição Lemes
A rede de ensino pública do Estado de São Paulo tem mais 5 mil escolas, 240 mil professores e 5 milhões de alunos.
Veja este comercial. É de 2009, quando José Serra (PSDB) era governador. O tema dois professores na sala de aula é um dos principais “pontos de venda”.
O assunto é abordado rapidamente também  neste recente anúncio do governo paulista.
Gostaria que o esquema dos dois professores fosse implantado na escola de seus filhos, sobrinhos ou netos? E que fosse disseminado por todo o Brasil?
“Pois a história dos dois professores na sala de aula é mentira ”, denuncia o professor Fábio Moraes. “É para iludir a população dos outros estados, pois os pais, os alunos e os professores de São Paulo já sabem que é um engodo. Eu desafio o ex-governador José Serra a mostrar uma única sala de aula na rede pública estadual onde existam dois professores. Nunca houve isso.”
Fábio Moraes é secretário do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do  Estado  de São Paulo (Apeoesp). Nessa condição, percorre continuamente toda a rede pública. O esquema propagandeado dos dois professores seria para crianças aprendendo a ler e a escrever, ou seja, nas classes do atual segundo ano do primeiro grau (antigo primeiro ano primário).
Fábio explica por que considera a propaganda enganosa:
1º) O que existe em algumas salas é a presença de um professor e de um estagiário, que não é professor formado.
2º) Os estagiários são remanescentes do Projeto Escola da Família, do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que José Serra reduziu drasticamente. Por esse projeto, as escolas eram abertas nos fins de semana para a comunidade, e os estagiários atuavam como monitores. Serra alocou então parte dos estagiários do Escola da Família no Projeto Dois professores na sala de aula.
3º) Desde 1998, há crescente municipalização do ensino das primeiras séries do primeiro grau, justamente quando as crianças aprendem a ler e a escrever. O governo do Estado foi transferindo pouco a pouco essa responsabilidade para as prefeituras. Assim, hoje são poucas escolas da rede pública estadual que atuam na alfabetização.  A maior parte das classes dos primeiros anos está nas mãos das prefeituras e não do Estado, como a propaganda do governo estadual pode levar muitas pessoas a acreditar.
4º) Além disso, o governo estadual coloca até 40 alunos numa sala. Mesmo que fossem dois professores de verdade em classe, do ponto de vista pedagógico é inadequado. Já está comprovado que o ideal, para a aprendizagem, são salas de 20 alunos. Por que não organizar salas de 20 alunos com um professor  em cada uma?  Pedagogicamente traria mais ganhos aos alunos.
“Não somos contra os estagiários, que são vítimas também desse processo”, salienta  Fábio . “A questão é a propaganda enganosa. É só marketing. Os maiores interessados – alunos, pais, professores e os próprios estagiários – não foram ouvidos, para mostrar aos governantes de plantão o que realmente é necessário para melhorar o sofrível padrão de ensino no Estado de São Paulo.”
O Viomundo consultou a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sobre os dois professores na sala de aula. A assessoria de imprensa  respondeu por e-mail:
O segundo professor será disponibilizado em classes do 2º ano do Ensino Fundamental (antiga 1ª série no ensino de 8 anos). Temos 97 instituições de ensino superior inscritas, porém até o momento foram firmados apenas 3 convênios, que totalizam 1.235 classes/alunos-pesquisadores. Os demais convênios estão em fase de finalização. Em todo Estado, são cerca de 6 mil classes, sendo em torno de 4 mil na capital e Grande São Paulo e 2 mil no interior.
Solicitamos mais detalhes, inclusive em quantas e quais escolas o projeto está implantado. A assessoria, também por e-mail, respondeu:
Temos cerca de 6 mil classes em todo Estado que contam com o segundo professor previsto no Programa Ler e Escrever. Porém o convênio com instituições de ensino superior dentro do Programa é firmado anualmente. Os convênios para 2010 se encontram em fase de conclusão.
O segundo professor são estudantes dos cursos de Pedagogia ou de Letras, como consta no histórico do Projeto Ler e Escrever.
Geralmente são chamados de estagiários. Mas oficialmente são denominados alunos pesquisadores.
Nada contra os estagiários, insistimos. É importante que eles tenham a oportunidade de aprender com os professores já formados. Mas por que o governo paulista não diz que são estagiários ou alunos pesquisadores em vez de apresentá-los como se fossem professores?
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação adota o mesmo discurso . Tal qual o anúncio, usa sistematicamente a expressão dois professores na sala de aula.
Não à toa Fábio Moraes arremata: “É só mais um dos ‘reinos’ do faz de conta do ex-governador José Serra e seus tucanos”.
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4 comentários:

  1. vc está sendo rídiculo não é necessário ser formado para ensinar uma criança que está na segunda série não vejo nada de mais em ter um professor em um estagiário em sala, eu acho até bem interessante para o estagiário aprender a dar aulas, nas melhores empresas existem estagiários pq não podem existir estagiários na educação.
    As escolas têm melhores professores não apenas pq são mais exigentes e os professores mais qualificados, mas pq treinam os professores antes de contratá-los.

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  2. Respeito sua opinião, mas acho que usar o termo "ridículo" é faltar com respeito. Evite esse tipo de linguagem para garantir a publicação dos comentários. O fato de estar no anonimato não justifica este tipo de comportamento.
    Com relação ao seu comentário, respeito, mas não concordo. Um estagiário que pensa que não é necessário formação para atuar na sua profissão está desvalorizando a própria carreira. Para ensinar precisa de formação inicial, sim. A questão é que não basta. Precisa de formação continuada dos profissionais. Formação no magistério é inegociável.
    Quanto ao estágio, é óbvio que é necessário e eu não reli uma linha acima que diga que é preciso acabar com os estágios. Pelo amor de Deus, peço que leia novamente o texto da Conceição Lemos e compreenda a crítica. Há necessidade de estagiários, sim, mas, a princípio, não é da escola, mas do próprio estagiário que precisa deste contato com a prática. Poderia ser mais útil às escolas se as universidades fossem mais ousadas em suas propostas e seria mais útil para as escolas.
    A crítica feita é contra a propaganda enganosa. Não há dois professores na sala de aula. Só um deles tem a responsabilidade e recebe o salário de professor. Por mais que o estagiário possa auxiliar, está ali para aprender fazendo. O que não é problema nenhum.
    Mas não resolve o problema que Serra e Kassab fingem resolver. Salas com 30 a 40 alunos que impedem o professor de dar a atenção necessária. Dois professores, de verdade, seria muito bom. Por que não fazem? Ou reduzam o número de alunos por professor como está previsto no Plano Municipal de Educação. Com menos alunos, até o estagiário vai aprender mais.

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  3. esse cara deve ser mais um dos bando do Serra, aonde a mentira prevalece antes, durante e após o governo...

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  4. ACABEI DE RECEBER UM DESSES ALUNOS NA MINHA SALA. PERGUNTEI A DIREÇÃO O QUE O ALUNO ERA ORIENTADO A FAZER, ME RESPONDERAM PARA PERGUNTAR PARA A ALUNA. QUANDO PEERRGUNTEI ELA DISSE QUE NÃO DEIXARAM CLARO E QUE ERA SOLTO. RESUMINDO ESTÁ NA MINHA SALA ME ASSISTINDO. SERÁ QUE NÃO POSSO COBRAR? BRINCADEIRINHA!!! PENSO QUE SE O GOVERNO INVESTISSE EM QUALIDADE OU OFERECESSE AO ALUNO AULAS DE REFORÇO COM PROFESSORES QUALIFICADOS TERIAMOS MAIS GANHOS. ISSO É MESMO O FIMMMM!!!

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