Há tempos que um debate não empolgava. O confronto direto possibilitado pelas regras da TV Bandeirantes permitiu pela primeira vez um debate dos candidatos. Tive o prazer de acompanhar pelo twitcam com os comentários ao vivo do Luis Nassif. Uma experiência fantástica. Serra não teve para onde correr. Dilma colocou-o frente suas próprias contradições. No tema aborto, o qual Serra tem tratado como se ele fosse um religioso convicto ligado à TFP, Dilma deixou claro que quem normatizou a lei do aborto no SUS foi o Ministro Serra em 1998. E ela não se escondeu a dizer que concordava com a norma. Dilma que tratou Serra, não como o Cara, mas como o “mil caras”, várias vezes lembrou (e citou as provas) que Serra e FHC queriam privatizar a Petrobrás e que o Coordenador da Campanha tucana defende a entrega do Pré-sal a interesses estrangeiros. Serra fugiu de responder na maior parte do tempo, mas em desespero, disse que o PT sempre vinha com esse assunto de privatizações. Deve ter se esquecido que estava em um debate eleitoral de presidenciáveis. Ou na concepção de estadista do tucano, incitar o ódio religioso deve ser o tema para o Brasil do futuro.
Teve a cara-de-pau ainda, de defender o setor público, sem contar ao resto do Brasil, que em São Paulo, Estado e Capital, ele privatizou a saúde entregando a Organizações Sociais, acabando com concursos, e sem qualquer controle social da forma como o dinheiro público é gasto. Mas Dilma lembrou que em SP se paga à polícia, os Piores Salários Do Brasil (PSDB) e que professor não deve ser tratado a cassetete. Serra que não deixou claro se com um Ministério da Segurança Pública quer criar uma polícia de Brasília para agir onde os Estados são incompetentes como o de São Paulo, ou se quer mudar o nome do que Lula e Dilma tem feito com as UPPs como no Rio de Janeiro, Estado e Município que acreditam na coolaboração e trabalho integrado com a União.
Mesmo quando Serra tentou pautar o debate, tratou de assuntos que Dilma domina, e ele, pelo tanto de voltas que dava para cada resposta, parece não conhecer. Resultado, Dilma deixou Serra sem resposta. Isso aconteceu por exemplo, quando Serra questionou Portos e Aeroportos. Dilma foi taxativa. Na era FHC, eles não investiram nada em infra-estrutura porque o FMI não deixava. Faziam contratos de seis meses, como o da dragagem de portos (afundar a superfície do mar para dar acesso dos navios aos portos). Acabava o contrato sem o serviço concluir e deixando o problema no mesmo estágio. Dilma esqueceu de mencionar que Serra também não desassoreou o leito do Tietê por 3 anos, jogando no lixo o trabalho deixado por Alckmin, culminando nas enchentes do início do ano. Dilma citou os investimentos do PAC (1 e 2) nas obras de infraestrutura. O PAC, para quem não sabe, foi uma forma de destravar da burocracia que impedia de sair do papel os projetos brasileiros para o desenvolvimento, alguns com mais de 150 anos. Lembrou ainda, a candidata que os aeroportos se passam hoje por estrangulamentos, é porque hoje aqueles que ascenderam à classe média também andam de avião, o que na época de Serra e FHC, era privilégio de poucos. Para Dilma o compromisso será com a mudança do modelo da Infraero que deve ter investimento de capital privado, sim, e um gerenciamento mais profissional, mas da forma que hoje é gerida a Petrobrás (patrimônio dos brasileiros) que aliás foi deixada sucateada pelo período em que Serra foi Ministro do Planejamento de FHC.
Dilma não deixou barato também que o projeto piloto de Serra, que se quer piloto pode ser considerado, para tratar dos 30 mil usuários de crack não atende cem pessoas. Lembrou o telespectador, ainda, que Serra assinou documento em cartório que não sairia da Prefeitura para disputar o governo do Estado e mentiu. E, já que eliminou projetos deixados por Alckmin, como poderíamos confiar e acreditar que ele continuaria o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Serra disse que Dilma foi agressiva. Não tanto quanto sua mulher, Mônica Serra, que, lembrou Dilma, fez campanha na rua dizendo que “DIlma era a favor de matar criancinhas”. Serra nem defendeu a esposa. Indefensável esse gol.
Em tempo – Preciso ressaltar alguns comentários de Nassif:
1) que Serra tem menos conteúdo que Nassif que não é candidato, não por mérito do último, mas demérito do primeiro;\
2) Serra desconhece e não tem propriedade sobre os problemas do próprio Estado que governou porque não fazia uma reunião com seus Secretários (palavra de alguns deles);
3) Serra teve a grande chance de mostrar seu trabalho com um Estado rico e cheio de problemas – perdeu a chance porque não é um estadista;
4) Por fim, Nassif teve a mesma impressão que eu já havia tido em outros debates, Serra lembra o estilo Maluf de debater (acréscimo meu – Serra tem substituído Maluf no coração de muitos paulistas).
Para assistir ao debate vá ao site da BAND aqui.
Para asssitir ao Twitcam com Nassif clique aqui.
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