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sábado, 30 de outubro de 2010

Veja: Caindo no ridículo

Talvez por considerar inevitável a derrota de sua campanha, a “revista mais vendida do país”, como costuma se referir o blog TIA CARMELA E O ZEZINHO à edição semanal da editora que mais se beneficiou pelas gestões de Serra em São Paulo, publicou neste fim de semana a capa ao lado. Não se tratou de bala de prata, mas uma tentativa de ridicularizar o Presidente Lula cujo governo ostenta novo recorde de 83% de aprovação. A representante da elite dalémmar, que corresponde a cerca de 3% da população e que acham ruim ou péssimo o governo Lula, passa pelo ridículo papel de expressar o preconceito de classe de seus leitores.

A Veja em sua versão digital prossegue o brilhante estratagema de “desqualificar” Lula (na compreensão de mundo deles, que fique claro) ao compará-lo com Fidel em gestos e expressões em fotos. Pela mesma lógica que no século XIX se comparava crânios para descobrir personalidades criminosas, o sério estudo trazido pela qualificada reportagem, chega à conclusão óbvia: Lula é um ditador. Após disputar cinco eleições, ser eleito pelo povo em duas, e não mudar a lei para ampliar a possibilidade de reeleição como fez FHC, deveríamos ter desconfiado.

 image

As conclusões que podemos tirar não param por aí. Nasceu o anti-cristo. E não foi no Brasil. Obama, pelo que indica as fotos pesquisadas pelo Foo, leitor do Nassif, é um ditador também.

Localizei mais indícios que comprovam esta tese. Assim como Foo, levei cerca de 5 minutos para achar essas provas. Imaginem o que seríamos capazes se estivéssemos sendo pagos para isso.

A Veja deve achar seu candidato um fofo, não é?

Para não dizer que jogou a toalha, a revista tenta diminuir o significado de Lula para o país, para a história e para a população. Coisa que o colunista de O Globo, Noblat também tentou em seu blog, mas teve resposta a altura. Resposta que serve aos barões da mídia. E, já que não publiquei antes, segue o texto recebido por e-mail:

RESPOSTA AO BLOG DO NOBLAT

Carta aberta de Carlos Moura (aposentado, fotógrafo, redator de jornal de interior, sócio de uma pequena editora de livros clássicos e coordenador da Ação da Cidadania em Além Paraíba-MG) para o jornalista de “O Globo” Ricardo Noblat.
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/de-carlos-moura-com-carinho-para-noblat.html

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Noblat,
Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?
Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria, jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos anos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Freqüentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala”, “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca. A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar” a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia” do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História. E ainda querem que, no final de mandato, o presidente agüente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.
Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Mônica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça, sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado, a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Altamiro Borges: Bispos e tucanos em flagrante delito

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Bispos e tucanos em flagrante delito

Reproduzo comentário de Luciano Martins Costa, publicado no Observatório da Imprensa:
Os jornais noticiam, na segunda-feira (18/10), que a Polícia Federal, a mando da Justiça Eleitoral, apreendeu cerca de 1 milhão de panfletos contra a candidata governista, Dilma Rousseff, numa gráfica que pertence à irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra, Sérgio Kobayashi.
Os panfletos, de responsabilidade da Regional Sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, vinham sendo distribuídos por militantes do PSDB.
No domingo (17), dois ativistas da campanha de José Serra coordenavam a entrega do panfleto diante da capela da Pontifícia Universidade Católica, no bairro de Perdizes, em São Paulo, abordando os fiéis à saída da missa. Diziam que, se eleita, Dilma Rousseff vai estimular o aborto nas famílias de classe média para assegurar a maioria de pobres que, segundo afirmavam, são manipulados por políticas sociais. Citavam o caso do apartheid na África do Sul, enquanto uma militante reforçava o discurso dizendo em voz alta que Dilma Rousseff quer esterilizar as mulheres de classe média.
Fato real
A Polícia Federal revelou a conexão direta entre o núcleo da candidatura oposicionista e a campanha obscurantista patrocinada pelos bispos que sonham controlar a CNBB. Trata-se de ato de delinquência, tipificado como crime eleitoral.
Diante do flagrante delito, escorrem desmentidos de todos os tipos, e cabe à imprensa manter o assunto em evidência e investigar o caso.
A dona da gráfica, segundo a Folha de S.Paulo, é filiada ao PSDB desde 1991. Resta apurar quem pagava a impressão, se os bispos empenhados em cobrir a campanha eleitoral com seu discurso medieval ou se o dinheiro vinha do caixa da campanha de José Serra.
Mesmo que lhe interesse visceralmente virar a tendência do eleitorado e que tenha demonstrado, até aqui, uma bizarra flexibilidade quanto às boas práticas jornalísticas, é de se esperar que a imprensa tradicional ainda conheça alguns limites de decência.
O flagrante na gráfica que pertence a destacados militantes do PSDB é um fato real, não uma denúncia a ser investigada. Trata-se do evento mais escandaloso da atual campanha. Vamos ver quanto tempo permanece no noticiário.
Guerra de panfletos
Os leitores atentos devem ter observado que a capa da revista IstoÉ desta semana é uma referência à capa da revista Veja da semana anterior.
Na semana passada, Veja retratou a ex-ministra Dilma Rousseff em duas posições opostas, tentando representar uma suposta contradição da candidata diante da questão do aborto. Nesta semana, IstoÉ faz o mesmo com José Serra, mostrando-o também em duas imagens invertidas. Numa delas, com a frase segundo a qual o ex-governador nega conhecer o engenheiro Paulo Vieira de Souza, apelidado de Paulo Preto. Na outra, Serra reconhece o personagem e o elogia.
Paulo Vieira de Souza, obscuro avatar de obras públicas e campanhas eleitorais retirado das sombras pela IstoÉ, tornou-se desde a semana passada um dos eixos em torno dos quais a campanha eleitoral patina sem chegar aos temas que realmente importam para a escolha de um candidato à Presidência da República.
O outro tema, que envolve a intervenção do Estado em relação ao livre arbítrio das mulheres diante da questão do aborto, segue sendo alimentado por iniciativa do bispo de Guarulhos, com apoio oficial da coordenação de infraestrutura da campanha do PSDB, segundo apurou a Polícia Federal.
No que se refere à imprensa, convém esclarecer em que ponto da campanha os editores perderam as referências do bom jornalismo e aceitaram se transformar em meros coadjuvantes dos marqueteiros de candidatos.
Que os jornais chamados de circulação nacional estão há meses empenhados em fornecer munição para uma das candidaturas, não pode restar dúvida. O que está ainda por ser provado é até que ponto irão arriscar suas reputações para fazer valer suas preferências políticas.
O empenho da chamada grande imprensa em tentar impor um candidato à opinião pública ainda está por receber uma análise apropriada dos pesquisadores em comunicação, em torno de uma questão central: o que tanto temem os donos das empresas de mídia dominantes, em caso de vitória da ex-ministra Dilma Rousseff?
Os estudiosos estão dispensados de perscrutar as razões da revista Veja, que há muito deixou de produzir jornalismo para se transformar em panfleto.

sábado, 16 de outubro de 2010

Serra já deu R$ 250 milhões de dinheiro público a editora e imprensa amigas

Viomundo – O que você não vê na mídia
14 de outubro de 2010 às 19:37

NaMaria: Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação)

por Conceição Lemes

Transparência é sine qua non em todo negócio público. Uma das formas de garanti-la é a licitação, quase sempre obrigatória. Mesmo nas situações excepcionais em que é dispensável, o contrato da minuta tem de estar disponível, on-line, para consulta. O descumprimento dessas normas tem de ser denunciado, é óbvio.

Rápida busca no Google revela que denúncias nesse setor (às vezes improcedentes) geralmente ganham destaque na velha mídia quando envolve pessoas e órgãos ligados ao governo federal ou aos aliados da base de sustentação do presidente Lula.

Essa mesma mídia, no entanto, silencia sobre as benesses que recebe da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), via Fundação para Desenvolvimento da Educação (FDE), pela venda de apostilas, jornais, revistas, livros.

“Desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, a FDE pagou no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos] à Abril, Folha, Estadão, Globo/Fundação Roberto Marinho”, denuncia NaMaria, do NaMaria News , ao Viomundo. “A maioria sem licitação.”

“As vendas maciças desse papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB”, observa NaMaria. “As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.”

“Em São Paulo, à custa da educação pública estão se construindo inúteis ‘escolas de papel’”, nota NaMaria. “Afinal, esse papelório é dispensável e o destino, o lixo. Quem não se lembra dos Cadernos do Aluno, caríssimos, feitos em editoras como a Plural (da Folha), Ibep, Posigraf, FTD, que foram encontrados em caçambas de lixo, e dos que tinham o mapa da América do Sul com dois Paraguais?”

“Quase todo o dinheiro da compra de jornais, revistas, apostilas, inclusive daquelas mochilas que o Serra alardeia nas propagandas, vem do FNDE”, revela NaMaria. “Mas a SEE-SP e a FDE omitem, fazem bonito com os donos da mídia com o chapéu do governo federal. As compras estão dentro da lei, mas será que são relevantes?”

Por exemplo, para a Editora Abril/FundaçãoVictor Civita foram entregues R$ 52.014.101,20 para comprar 4.543.401 exemplares de diferentes publicações. Com esse dinheiro, poderiam ser construídas quase 13 escolas ou 152 salas de aula novinhas, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos – considerando que uma escola com 12 salas custe R$ 4,1 milhões e cada sala cerca de R$340 mil.

FNDE é o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). A FDE-SP, criada para cuidar da construção e infraestrutura escolar, cresceu demais, adquiriu poderes imensos, virou um buraco negro. Exceto a folha de pagamento, passa por aí desde o dinheiro para a compra de papel higiênico (suprimentos), merenda, material didático, mobiliário escolar, kits escolares (mochila, cadernos etc.), projetos pedagógicos, capacitações até o destinado para aquisição de computadores e softwares.

“A FDE sequer publica no Diário Oficial (DO) a justificativa de suas compras que dispensam de licitação”, condena NaMaria. “Até hoje encontrei poucas. Por exemplo:  assinaturas do Diário Oficial, feitas pelas Diretorias de Ensino, locações de imóveis, serviços emergenciais de limpeza escolar. Mesmo assim incompletas. Outras secretarias até publicam, a Educação, não. Não é piada?”

O NaMaria News existe há um ano e meio. A “dona” é uma web-pesquisadora muito dedicada e competente, com faro finíssimo para descobrir desmandos na educação pública, principalmente os praticados pelo PSDB de São Paulo. A veracidade e excelência do seu trabalho são tamanhas que NaMaria hoje é referência.

NaMaria é uma só. Mas, por meio das redes, vira uma legião capaz de chegar a qualquer canto do Brasil. Por isso, neste segundo turno da eleição presidencial, o Viomundo entrevistou-a, para entender melhor os meandros dos negócios dos tucanos na área educacional.

Afinal, a Secretaria da Educação Estadual de São Paulo é uma das maiores empresas públicas do mundo: tem 4.449.689 de alunos (matrículas 2009), 278.443  professores ativos (comprove aqui) e execução orçamentária recorde em 2009 de R$ 1.9 bilhão (Relatório FDE).

Viomundo – Vou começar com a pergunta que todo mundo gostaria de fazer a você: como descobre tudo isso?

NaMaria – (Risos)…lendo o Diário Oficial de São Paulo. Lá temos drama, suspense, ação, ficção científica, mistério. E um pouco da realidade, que não faz mal a ninguém. Vai dizer que a notícia dada no DO de que o Alckmin, quando governador em 2003, acabaria com as enchentes do Tietê não é ficção? E que saiu por quase um bilhão de reais, com dinheiro japonês, não é de matar de emoção? Só é.

O Diário Oficial também tem muita diversão. É como se eu me movesse num enorme labirinto. Por exemplo, eu chego lá com o número de um contrato ou o nome de algum personagem histórico do mundo dos negócios. Eu tenho de seguir o rastro dele, atentando às mínimas pistas, para reconstruir as tramas. Às vezes ao “caçar” compras de jornais e revistas sem licitação, acho um contrato recém-assinado, milionário, com empresa de aluguel de computadores ou serviço de lanches, prestação de serviços em eventos.

Sem dúvida, o DO (risos, de novo) é o melhor jornal de todos os tempos. Parece ser o único que fala alguma verdade – mesmo que por outras vias. Há também os leitores que nos enviam sugestões de pesquisa, denúncias, perguntas interessantes.

Viomundo – Qual o seu diagnóstico da educação pública em São Paulo?

NaMaria – Quem mora em outro estado e vê a propaganda, acha que a nossa educação vai muito bem. Tremenda ilusão. A propaganda é bonita mas pura mentira. A educação vai péssima. O fracasso pedagógico está claríssimo. Basta conversar com pais, alunos e professores. As escolas públicas paulistas são protótipos caros de cadeias e túmulos de sonhos. As crianças e os jovens que as frequentam são o que menos importam aos gestores. Idem os professores.

Viomundo – São Paulo é o estado mais rico da federação, a Secretaria de Educação tem muito dinheiro. Por que os resultados práticos são tão ruins?

NaMaria — Dinheiro não significa qualidade. E dinheiro mal empregado, pior ainda. É a máxima do menos é mais, só que ao avesso. O fracasso pedagógico decorre da filosofia implantada aqui: a nossa educação é baseada em negócios.

Viomundo – Esse modelo começou com o Serra na Prefeitura?

NaMaria –  A filosofia, não. Mas a relação desse modelo de negócio com a mídia, sim. Muitos dos meganegócios, prestações de serviços, projetos “pedagógicos”, empresas ganhadoras e práticas atuais da FDE tiveram berço com Serra quando prefeito de São Paulo.

Viomundo – Comecemos pela filosofia.

NaMaria — A educação baseada em negócios começou em Brasília, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando Paulo Renato de Souza era ministro da Educação (1995 a 2001). Vários membros da equipe abriram empresas quando saíram do governo e passaram a vender serviços para o próprio governo. O próprio Paulo Renato montou a PRS Consultoria.  A Veja, parceira visceral da SEE-SP, já no início da década de 90 fazia elogios rasgados à política educacional do Paulo Renato.

Em janeiro de 2005, quando o Serra se tornou prefeito, muitos deles vieram para cá para  implantar o projeto de negócio em educação.

Em dezembro de 2007, já com Serra governador de São Paulo, o projeto aparece no estado. A secretária de Educação era Maria Helena Guimarães de Castro, ex-MEC e ex-secretária de Educação do Distrito Federal, do então governador José Roberto Arruda.

Daí, veio também para a SEE-SP a Iara Glória Areias Prado, ex-secretária-adjunta de Educação da Prefeitura, ex-assessora na empresa PRS do Paulo Renato, esposa do “homem das pesquisas”Antônio de Pádua Prado Júnior, o Paeco, cuja empresa APPM tem significativos clientes, entre eles a agência Lua Branca, do Luiz Zinger González, o marqueteiro atual do Serra, cuja mesma agência fez trabalhos caríssimos para o Paulo Renato na SEE e que também é Conselheiro Consultivo da Fundação Mário Covas.

Veio ainda  a Cláudia Aratangy, hoje Diretora de Projetos Especiais no lugar da Iara Prado, que exerce outras funções poderosas. Veio a Guiomar Namo de Mello, que também é executiva da Fundação Victor Civita, é diretora da EBRAP – Escola Brasileira de Professores, conselheira na Sangari Brasil, está dentro da SEE/FDE – tendo sido contratada não pela Educação, mas através da FUNDAP Fundação do Desenvolvimento Administrativo –  (ver também a Resolução SE – 79, de 3-11-2009) –; é da equipe executora dos Cadernos dos Professores “Gestão do Currículo na Escola” 2008-2010 e por aí vai. Daí tem também a Maria Inês Fini, Zuleika de Felice Murrie e depois Eliane Mingues, entre outros.

A lista é imensa, podemos ficar aqui uma semana enumerando-os. Detalhe: todos da turma do Paulo Renato dos tempos de MEC. Desde 2009, Paulo Renato é o secretário da Educação do Estado de São Paulo.

Viomundo – Você disse que muitas das práticas atuais da FDE tiveram início com Serra quando prefeito…

NaMaria – Te dou um exemplo. A Central de Atendimento da FDE é feita pela Call Tecnologia e Serviços, que chegou na Prefeitura de São Paulo, em abril de 2006, para fazer a Central 156. A Call foi parar, via licitação, na Educação de SP em março de 2009, para fazer um serviço que já era feito pelos funcionários da FDE: atender as chamadas telefônicas, orientar os usuários etc..

Mas o Paulo Renato e o Serra acharam por bem ter uma “empresa terceirizada mais profissional” para o serviço, para agilizar. Só que um tanto mais cara também: algo como R$ 3.984.000,00 (contrato 52/0020/09/05) – fora a tonelada de equipamentos, instalações e software que tiveram de comprar para a coisa andar direito; então lá se foram alguns milhões. E as empresas fornecedoras desses equipamentos e serviços também são velhas conhecidas tanto da prefeitura quanto do estado. Uma parte dessa aventura já foi tratada no NaMaria News (aqui). É bom não esquecer que a Call Tecnologia, original de Brasília, está na Operação Caixa de Pandora – junto com outras empresas de tecnologia, gráfica e software que negociam com São Paulo.

O Serra, na verdade, fez da prefeitura um piloto do que colocaria em prática, depois, no governo do estado. Testou tudo: tipos de negócios, projetos, mega-assinaturas de publicações da Abril, Estadão, Folha, Globo, ex-membros da equipe do Paulo Renato, até o próprio Paulo Renato. Portanto não é errado pensar que o seu governo estadual foi piloto para o que pretende fazer, se eleito como presidente. Ele gosta de um projeto-piloto.

Viomundo – Mas a Marta Suplicy (PT-SP) também comprou assinaturas revistas da Abril e outras editoras quando prefeita…

NaMaria – A Marta assim como governos anteriores. Acontece que ela comprava a maioria definitiva e comprovadamente para as bibliotecas. Quem queria ler ou consultar, ia às bibliotecas e pronto. No DO é fácil comprovar isso. Portanto, em quantidades e valores mínimos se comparados ao que vimos com Serra na Prefeitura, depois no governo do estado de São Paulo. É o caso do projeto Ler e Escrever, que surgiu na Prefeitura em 2005. Em 2007, ele apareceu na SEE-SP.

Viomundo – O que é o projeto Ler e Escrever?

NaMaria – Entre outras funções mais nobres, ele é responsável por comprar livros, sem licitação, em grandes quantidades, entre os quais aqueles noticiados em toda imprensa como “pornográficos”, tipo o Memórias Inventadas, do Manoel de Barros (463.088 exemplares, por R$ 2.315.440,00). Há editoras campeãs de vendas também — estamos levantando isso.

Mas o mais intrigante desse projeto são as compras denominadas “materiais de apoio pedagógico”. Por exemplo: dez contratos [2008-2010] de revistinhas da Turma da Mônica (e Cascão), da Panini, que custaram aos cofres públicos de São Paulo quase R$ 27 milhões, sendo um deles de R$14 milhões numa tacada.

Foram gastos R$18 milhões em revista Recreio, da Abril. Para a Ediouro, nas compras de Coquetel Picolé, foram mais de R$6 milhões.

Aí, eu pergunto. Do ponto de vista educacional-pedagógico, que utilidade tem essas revistinhas? NENHUMA. Bem, os adeptos sempre podem recorrer à faceta lúdica, mas e aí? Como é isso na sala de aula?

Da Fundação Victor Civita, a Secretaria da Educação de São Paulo comprou 18.160 assinaturas da revista Nova Escola no final de 2004 e em outubro de 2007, respectivamente. Em 2008, saltou para 220 mil assinaturas, que custaram R$ 3.740.000,00.

Curiosidade: além de ter a Nova Escola no local de trabalho, os professores passaram a receber as revistas em suas casas. O que significa que endereços e dados pessoais dessa gente foram para o banco de dados da Fundação Victor Civita, sem permissão ou conhecimento prévio de seus donos.

O NaMaria acompanhou algumas dessas aquisições do Ler e Escrever. Só para a revistinha Turma da Mônica, da Editora Panini, que já teve negócios com a Globo, a  FDE pagou a ” módica” quantia de R$ 14.277.067,20.

O quadro abaixo não é completo, é apenas um apanhado do que eu consegui levantar.  Mas é de desnortear qualquer um, concorda?

Panini Brasil LTDA
Contrato
LinkDiário Oficial
Valor

90.000 unidades Almanaque do Cascão, 90.000 unidades Almanaque da Mônica
15/0134/08/04 (Ler e Escrever)
29/mar/2008
561.600,00

9.000 Assinaturas Revista da Turma Mônica
15/0135/08/04 (Ler e Escrever)
29/mar/2008
1.422.900,00

103.092 avulsas: 51.546 Almanaque do Cascão e 51.546 Almanaque da Mônica
15/0695/08/04 (Ler e Escrever)
29/mai/2008
321.647,04

5.155 Assinaturas Revista Turma da Mônica
15/0694/08/04 (Ler e Escrever)
12/ago/2008
815.005,50

Livros títulos diversos ficção e não-ficção para 2ª, 3ª e 4ª séries do Ciclo I
15/1045/08/04 (Ler e Escrever)
14/out/2008
47.946,30

57.310 assinaturas da Revista Turma da Mônica
15/0147/09/04 (Ler e Escrever)
2/abr/2009
14.277.067,20

34.938 assinaturas Turma da Mônica Jovem e 279.504 unidades avulsas nº 1 ao 8  Turma da Mônica Jovem
15/0146/09/04 (Ler e Escrever)
17/abr/2009
4.373.538,84

195.749 unidades Almanaque do Cascão e 195.749 unidades Almanaque da Mônica
15/0148/09/04 (Ler e Escrever)
17/abr/2009
1.291.943,40

11.295 assinaturas da Revista Turma da Mônica
15/0502/09/04 (Ler e Escrever)
6/ago/2009
2.344.842,00

392.000 avulsos do Almanaque da Turma da Mônica (196.000 do Cascão, 196.000 da Mônica)
15/00549/10/04 (Ler e Escrever)
23/jun/2010
1.332.800,00

Total
26.789.290,28

Ediouro Ltda
Contrato
Link DO
Valor

126.000 assinaturas Revista Coquetel Picolé (+ o aditamento ver DO 14/maio/08)
15/0180/08/04
2/abr/2008
1.892.062,80

132.244 assinaturas Revista Coquetel Picolé
15/0185/09/04
20/mai/2009
3.023.097,84

62.129 assinaturas Revista Coquetel Picolé
15/0529/09/04
26/ago/2009
1.183.557,45

Total
6.098.718,09

Viomundo – NaMaria já denunciou a compra de outras assinaturas, como  Veja, Estadão, Folha, IstoÉ, Época, Galileu… Tem ideia das justificativas para as compras e de quanto o governo de São Paulo pagou nos últimos anos às empresas que fazem essas publicações?

NaMaria – Raramente se encontra no Diário Oficial os contratos dessas compras, apesar de ser obrigatória a publicação bem como a justificativa, portanto não sabemos porque essa e não outra e tal. Mas sobre gastos dá para ter uma noção maior, desde que esteja tudo publicado. De modo que o meu apanhado é apenas de uma parte do dinheiro gasto. Pelas pesquisas do NaMaria, desde 2004, especialmente de 2007/2008 em diante, foram entregues no mínimo R$250 milhões (R$248.653.370,27) [valores não corrigidos]. Sem dúvida é mais do que isso, mas já dá para fazer uma reflexão.

Se pegarmos as compras feitas pela FDE à Abril (Guia do Estudante Vestibular, Atlas Nacional Geographic, Revista Recreio e Veja) e Fundação Victor Civita (Revista Nova Escola), em contratos sem licitação que o DO aponta desde 2004 até agora, teríamos a quantia de R$52.014.101,20 (tabela abaixo).

Com o mesmo dinheiro entregue à Abril/Civita, sem qualquer percalço licitatório, em troca de papel, poderíamos construir quase 13 novas escolas ou cerca de 152 salas de aula, com capacidade para mais de 15 mil alunos nos três períodos (manhã, tarde e noite). Desafogaríamos as escolas existentes e atenderíamos dignamente os alunos e comunidades.

Editora Abril / Victor Civita
Contrato
Link Diário Oficial
Valor

18.160 assinaturas (renovação) Revista Nova Escola (DE’s/Ofs.Pedags/Escolas) SÓ HÁ 2 REGISTROS EM DO e eles falam em  renovação – onde, quando o contrato inicial?
42/2199/04/04 (ver DO 29/12/04)
14/jan/05
326.880,00

18.160 assinaturas (renovação) Revista Nova Escola
15/1063/07/04
23/out/2007
408.600,00

220.000 assinaturas da Revista Nova Escola – edições 216 a 225 (solicitado pela CENP para o “Ler e Escrever”)
15/1165/08/04 (ver DO 1/10/2008)
25/out/2008
3.740.000,00

4.475.480,00

415.000 exemplares Guia do Estudante Atualidades Vestibular 2008
15/0543/08/04
23/abr/2008
2.437.918,00

430.000 exemplares Edições nº 7 e 8 do Guia do Estudante Atualidades Vestibular
15/1104/08/04
22/out/2008
4.363.425,00

430.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.08 + 20.000 Revista do Professor
15/0063/09/04
11/fev/2009
2.498.838,00

540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.09 + 25.000 Revista do Professor
15/0238/09/04
16/jun/2009
3.143.120,00

540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.10 + 27.500 Revista do Professor
15/0614/09/04
29/ago/2009
3.249.760,00

540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular 2º sem2009 + 27.500 Revista do Professor
15/00024/10/04
2/abr/2010
3.177.400,00

540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.11-2º sem2010 + 27.500 Revista do Professor N.5
15/00473/10/04
15/jun/2010
3.328.600,00

540.000 Guia do Estudante Atualidades Vestibular Ed.12-2º sem2010 + 27.500 Revista do Professor N.6
15/00762/10/04
17/ago/2010
3.328.600,00


25.527.661,00

3.000 assinaturas Revista Recreio
15/0181/08/04 (Ler e Escrever)
29/mar/2008
1.071.000,00

6.000 assinaturas Revista Recreio
15/0182/08/04
29/mar/2008
2.142.000,00

5.155 assinaturas Revista Recreio
15/0670/08/04
12/ago/2008
1.840.335,00

25.702 assinaturas Revista Recreio
15/0149/09/04
17/abr/2009
12.963.060,72

2.259 assinaturas Revista Recreio
15/0528/09/04
1/set/2009
891.220,68

18.907.616,40

95.316 Atlas Nacional Geographic vols. 1 a 26, sendo 3.666 exemplares de cada volume
15/00273/09/04 (Sala de Leitura)
28/mai/2010
733.200,00

5.200 assinaturas da Revista Veja
15/00547/10/04 (Sala de Leitura)
29/mai/2010
1.202.968,00

5.449 assinaturas da Revista Veja
15/0355/09/04
20/mai/2009
1.167.175,80

3.103.343,80

52.014.101,20

Viomundo – Impressão ou as compras de “papéis” da SEE-SP são uma barafunda?

NaMaria – Não é impressão. É real. Se analisarmos os últimos 16 anos dos tucanos na educação em São Paulo, você descobrirá que não há um projeto verdadeiro de educação. Há “projetos”, para atender “interesses” de A ou B.

O universo das compras da SEE-SP é monumental, compra-se de tudo. E isso facilita compras de papelório de editoras, gráficas, fundações vinculadas aos meios de comunicação.

Aliás, as vendas maciças de papelório à FDE coincidem com o apoio crescente da mídia à candidatura José Serra e apoio ao PDSB. As publicações são apenas cortina de fumaça. Uma desculpa perfeita, pois com o dinheiro do FNDE podem-se comprar tais coisas sem grandes problemas. Porém, o que a FDE comprou, de verdade, foi a palavra nesses espaços.

Viomundo – Daria para clarear essas compras de papelório?

NaMaria – São confusas, mesmo. Muitas coisas são para os alunos, pelo menos são compras que pertencem a “projetos” criados para os alunos. É o caso dos livros do Ler e Escrever, também os do Salas de Leitura.

Tem muito projeto para incentivar a leitura, mas a biblioteca é um horror na maioria das escolas. Ou falta espaço físico, pois ela passa a ser um depósito de computadores “velhos”, apostilas “velhas”, materiais em geral.  Ou há desinteresse administrativo.  Ou, ainda, falta de competência mesmo. Criaram então um “projeto” em que os alunos levam os livros para casa e fazem sua própria biblioteca, eles não ficam na escola.

O que se vê em todos é um gasto fenomenal de dinheiro, algumas vezes com escolhas inapropriadas para idade/série. Não há dúvida de que é bacana o aluno, sobretudo o mais carente, ter sua pequena biblioteca, mas infelizmente há mais coisas envolvidas.

Viomundo – Esses livros são “trabalhados” nas salas de aula?

NaMaria – Não dá para saber ao certo, embora a SEE crie materiais (e capacitações presenciais e on-line), ensinando os professores a usar os materiais que coloca nas classes.

Eu gostaria muito de saber como são usadas, por exemplo, as centenas de milhares de exemplares do Guia do Estudante Atualidades Vestibular e a Revista do Professor – Atualidades, da  Abril. Elas são “primas” e caminham juntas. Se a gente olhar por alto alguns contratos, entre 2008-2010, vemos os gastos de mais de R$25 milhões. Mas como, exatamente, funcionam na escola não há registro por parte da SEE-SP ou da FDE. São informações que não chegam ao público comum.

No entanto, é facílimo averiguar. Não para nós, claro. Basta um grupo de deputados – eles têm passe livre – ir até algumas escolas, e analisar construções, mobiliários, reformas, livros, apostilas, computadores, merenda, entre outras coisas. Escolham as mais distantes, evitem as mais próximas ou as consideradas “melhores” pelo padrão FDE. E cheguem sem avisar, principalmente. Depois, divulguem amplamente os resultados. Duvido que tudo esteja o mar de rosas que a Secretaria da Educação de São Paulo anuncia nas propagandas.

Viomundo – Qual a sua avaliação dos tais Caderno  do aluno [tem também o Caderno do professor], que são apostilas como as de cursinho pré-vestibular?

NaMaria – Os Caderno do aluno são considerados materiais pedagógicos. Apoiado pelo mesmo pessoal que o acompanha desde o MEC, o Paulo Renato achou bacana ter essas apostilas. A FDE fez licitações para a impressão [serviços gráficos], contratou professores especialistas em cada área, montou equipe interna de técnicos e mandou ver, como o NaMaria mostrou (aqui) em novembro de 2009.

O estarrecedor, como sempre, foi a quantidade de dinheiro entregue às seis gráficas ganhadoras, entre elas aquela metida com o vazamento do ENEM, a Plural, do grupo Folha. Até novembro de 2009, a Secretaria da Educação, via FDE, havia entregado às empresas quase R$84 milhões [valores não atualizados].  A Plural foi a que mais recebeu: R$28 milhões. Fez inclusive apostilas que não estavam no edital. O levantamento precisa ser atualizado em 2010, algumas gráficas saíram, outras entraram e os valores certamente são outros. É preciso acrescentar muito dinheiro à essa conta.

Caderno do Aluno – gráficas

Caderno do aluno – Editora FTD (Artes e Ciências)
36/2912/08/05
Ver NM
12.554.353,96

Caderno do aluno – Ibep (Geografia e Filosofia)
36/2912/08/05
Ver NM
12.996.463,72

Caderno do aluno – Esdeva (Física e História)
36/2912/08/05
Ver NM
13.572.846,25

Caderno do aluno – Multiformas (Matemática e Sociologia, mas caiu fora – fica Plural)
36/2912/08/05
Ver NM
3.386.494,74

Caderno do aluno – Posigraf (Inglês e Química)
36/2912/08/05
Ver NM
13.286.501,68

Caderno do aluno – Plural (Bio/Port/Mat/Sociol/Educ.Física)
36/2912/08/05 + 36/1641/09/05
Ver NM
28.113.283,98

Total

83.909.944,33

Viomundo – O que sabe mais dos tais Caderno do aluno?

NaMaria – Além do mapa com dois Paraguais, de eles terem sido encontrados em caçambas de lixo, os alunos criaram sites com as respostas. Por exemplo, recentemente teve o caso do link que levava os alunos ao impróprio Naked News em vez de site de conjunto de jornais. O NaMaria foi o primeiro a divulgar isso, lembra-se?

Os professores da rede também criticam abertamente a qualidade desses materiais. Pelo que observo na internet, a maioria não os utiliza em sala de aula, mas representantes da FDE já anunciaram a continuidade das publicações – sabe-se lá até quando. É um belo negócio, esse do ensino apostilado.

Viomundo – As editoras privilegiadas por essas compras têm também gráfica. É só coincidência?

NaMaria -- As compras gráficas realmente merecem carinho especial. Se a SEE-SP tivesse gráfica, ela seria das maiores do Brasil. O estado tem a Imprensa Oficial, que poderia — e é usada pela SEE – mas nada se compara aos contratos com empresas privadas. Por exemplo, a Positivo começou como gráfica e hoje, muito graças à Secretaria da Educação de São Paulo, é uma gigante na informática. Para comprovar, basta seguir a história da empresa no DO desde o começo da informatização mais pesada do estado. A Positivo tem a Posigraf, que presta serviços de milhões e milhões à SEE-SP. Não podemos esquecer que bobina de papel é dinheiro disfarçado, faz milagres em eleições, sabia?

Viomundo – E as assinaturas dos jornais Folha e Estadão, Veja, Nova Escola, IstoÉ, Época…?

NaMaria — Dizem que são “materiais” para uso nas salas de professores, na administração e, claro, como apoio em sala de aula. Mas novamente não sabemos como isso se dá, nem qual a justificativa legal para tais compras. Como esses contratos dispensam licitação, não aparecem em DO, embora devessem. Por isso não sabemos a justificativa. Dá só para a gente imaginar – e ninguém pode reclamar se imaginarmos errado.

Quer outro exemplo de absurdo? Há um certo curso de idiomas que está acontecendo agora, outro projeto-piloto. A SEE-SP contratou algumas empresas particulares para fazer o que os professores da rede deveriam fazer: ensinar idiomas aos alunos estaduais. Mas como o projeto chama-se Programa de Aperfeiçoamento em Idiomas, fica parecendo que está tudo correto. Mas ele é muito estranho. Além de uma das empresas, a Multi Treinamento e Editora Ltda, estar em todo canto, pagam mais às empresas terceirizadas do que aos professores públicos. O NaMaria está pesquisando isso.

Viomundo – Da perspectiva de educação tem sentido a compra desse papelório?

NaMaria – Nem todas as compras parecem ter sentido. Sobretudo as feitas sem licitação, como aquelas das assinaturas de Veja, IstoÈ, Época, Folha, Estadão, El País e jornais do interior que mostrei no blog (aqui).

Há pedidos de informação na Assembleia. Há casos em investigação no Ministério Público de São Paulo. Mas não se sabe muita coisa, pois não publicam, demoram demais.

O fato é que o Tribunal de Contas aprova a maioria dessas compras sem ressalvas, julgam “regulares” e ponto. Quando ocorre o inverso, raras vezes, algo se passa que acabam bem da mesma forma, justificam-se as compras e tal. Mas como não temos acesso público às justificativas, sejam quais forem, a incógnita permanece.

Não há tanta transparência assim quanto dizem. Qual o sentido de se comprar só a Veja sendo que há a Carta Capital no mercado também? Por que apenas a Nova Escola se temos a Carta na Escola? Por que não licitar entre as editoras? Qual o sentido de gastar muitos milhões em Microsoft se há softwares livres ou outros que fazem o serviço melhor que os da Microsoft? Por que lançar um programa de venda de computadores para professores e nas máquinas estarem instalados o sistema operacional e as montanhas de tranqueiras da Microsoft que jamais serão usadas?

Ou seja: lançam um programa de “computadores mais baratos” e eles são de marca fornecedora da FDE há séculos (Positivo, por exemplo), com sistema operacional Microsoft e por aí vai. Por que criar apostilas cujos conteúdos são um tanto problemáticos, além de caríssimas, em vez de manter os livros aprovados pelo MEC e ao gosto do professor e seu currículo? Creio que estas e outras perguntas deveriam ser respondidas pelos professores e, logicamente, pelos alunos.

Viomundo – E a Globo onde entra nessas compras da FDE?

NaMaria – Via Fundação Roberto Marinho. Aí, há as apostilas do Telecurso, além  dos cursos técnicos comprados pelo Estado. Ou através da Editora Globo, que vende livros, revistas… Pelo que achei até agora temos o pequeno valor de R$54.184.737,71 – entre os anos de 2005 e 2010. Bom, né?

Viomundo – Todas essas compras são feitas sem licitação, mesmo? Isso não seria irregular?

NaMaria – A maioria é sem licitação. A lei da inexigibilidade de licitação – artigo 25 inciso I, da Lei 8666/93 — permite isso. A questão é que os contratos, mesmo sem licitação, e a respectivas justificativas deveriam estar no Diário Oficial.  Pelo menos esses negócios ficariam mais transparentes. Mas isso não acontece na maioria dos casos. Como eu já disse: as outras secretarias até publicam no DO, a da Educação, raramente. Estranho, não é?

Poderíamos pensar em “ilegalidade” já que frequentemente há similares no mercado. Mas isso não é respeitado ou considerado.

Por outro lado, como se explica a compra por licitação dos materiais do Telecurso da Fundação Roberto Marinho para as escolas técnicas e os supletivos? O Namaria tratou disso (aqui). Por que fazer licitação para um material que somente a Fundação Roberto Marinho faz? Por que sempre entre as mesmas três gráficas licenciadas?

A gente tem de se esforçar e crer que são totalmente legais ou o mundo estaria perdido. Mas é preciso analisar mais profundamente. Por exemplo, há casos de licitações bastante estranhos. O certame para fazer “eventos” é um deles. Tudo indicava um ganhador, uma empresa campeã de contratos, a Objetiva, que é do Eduardo Graziano — irmão do Xico Graziano, funcionário público do governo FHC (assim como o irmão), e depois do Serra. A Objetiva sempre levava todas no mundo governamental, é muito influente.

Por mais que eu leia o DO, os editais e tudo mais, menos entendo esse caso. Nós publicamos no NaMaria o lançamento do edital em 18/agosto/2009 e contamos parte da história, baseada nos documentos oficiais. Apostamos na Objetiva, porque o histórico da empresa sugeria a vitória certa. Mas, no final ela perdeu. Publicamos novo texto com maiores levantamentos. Às vezes quem perde é mais empolgante do que quem ganha. Realmente foi algo “inexplicável”, entende?

Os editais, quando há licitação e são dispostos ao público, mostram muito mais do que se imagina. As compras de software, sempre Microsoft, são impressionantes. Há especificações tão “específicas” que sugerem que são dirigidas.

Aliás, se lermos com atenção as entrelinhas desses “projetos”, acompanharmos o que rezam os editais e conversarmos com professores e alunos, fica patente a filosofia da SEE-SP. Primeiro, vêm os “negócios”, depois o planejamento.

Viomundo – E agora?

NaMaria – Estamos diante de uma situação, cada vez mais preocupante. Há, por exemplo, um grupo de fornecedores específicos que estão no estado há muito tempo. Mesmo com reclamações, multas, serviços péssimos, eles continuam. As empresas camaleão também estão presentes. Empresas que fazem negócios em nome de outras que foram de fato ganhadoras, também – é o caso das antenas parabólicas, do Alckmin, que tem no blog. Ou seja: há uma espécie de terceirização até nisso.

O fato é que, embora tenhamos dinheiro e profissionais para tornar a educação pública de São Paulo equivalente às melhores existentes no mundo, os “negócios” tornaram-na um lixo.  É necessária uma devassa nos contratos da FDE e da SEE-SP. Quem vai fazer isso com isenção e seriedade necessárias?  Lanço aqui no Viomundo este desafio.

NaMaria: Desde 2004, PSDB paulista gastou R$ 250 milhões com a mídia (quase tudo sem licitação) | Viomundo - O que você não vê na mídia

Bomba ! Bomba ! Veja a capa da Veja

Conversa Afiada
Paulo Henrique Amorim:

Publicado em 15/10/2010

O Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante Teco.

Teco de Souza disse:
15 de outubro de 2010

PHA
a próxima capa da “coerente” revista Veja

http://twitpic.com/2×59sn

Ele diz qualquer coisa

Bomba ! Bomba ! Veja a capa da Veja | Conversa Afiada

sábado, 2 de outubro de 2010

Altamiro Borges: Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

Blog do Miro:
sábado, 2 de outubro de 2010

Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

Por Altamiro Borges
A temida capa da Veja deste sábado deu chabu. Após quatro edições consecutivas de ataques raivosos ao governo Lula e à candidata Dilma Rousseff, o panfleto serrista da famíglia Civita parece que cansou. Na véspera do dia das eleições, a capa da revista estampa "propostas para o Brasil" - já tentando enquadrar o futuro governo.
Até agora também não ocorreu a temida manipulação das imagens do debate com os presidenciáveis realizado pelo Jornal Nacional da TV Globo. Muita gente temia, com razão, que Ali Kamel, o senhor das trevas da poderosa emissora, tentasse repetir o jogo sujo do pleito de 1989, quando editou cenas para favorecer Collor de Melo.
Já os jornalões tradicionais, como Folha, Estadão e O Globo, reduziram o seu veneno nas edições dos últimos dois dias. No diário da famíglia Frias, o queridinho José Serra até apareceu isolado, solitário numa cadeira, na foto de capa. O Datafolha - ou Datafraude ou DataSerra - também deu outro cavalo de pau. Após apontar a "queda" de Dilma nas pesquisas, ajustou a sua sondagem dois dias depois.
Será que a mídia demotucana resolveu desembarcar da canoa furada de Serra? Será, como diz Paulo Henrique Amorim, que "na reta final, o PIG [Partido da Imprensa Golpista] amarelou"? Será que a mídia demotucano já fez seus cálculos temendo pelo futuro, por mudanças do marco regulatório das comunicações no Brasil?
A conferir nas próximas horas!

Altamiro Borges: Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

CGU desmente Veja e conclui que compra de Tamiflu não teve qualquer irregularidade

Blog da Dilma:
setembro 30th, 2010 |  Autor: Jussara Seixas

A Controladoria Geral da União (CGU) divulgou nesta quinta-feira (30) resultado de auditoria que realizou nos contratos firmados entre o Ministério da Saúde e a empresa Roche, única fabricante mundial do antiviral fosfato de oseltamivir, conhecido comercialmente por Tamiflu.

Após analisar oito processos de aquisição do medicamento, a CGU concluiu que “tudo ocorreu dentro da normalidade, sem quaisquer irregularidades, seja quanto às quantidades adquiridas, seja quanto ao preço, seja, ainda, quanto ao fornecedor, que, aliás, é o único fabricante mundial”.

Em 2009, em meio à pandemia de H1N1, o Ministério da Saúde adquiriu medicamentos suficientes para tratar 14,5 milhões de pessoas contra a gripe H1N1. Além de garantir a proteção da população para aquela pandemia, a compra também foi importante para recompor os estoques do medicamento, que também é o único existente para tratar outras gripes mais letais, como a aviária (mata 70% dos infectados). Desde 2005, a Organização Mundial da Saúde recomenda que todos os países mantenham estoque deste medicamento para uma eventual pandemia mais agressiva.

A conclusão da CGU reforça as informações que vêm sendo fornecidas pelo Ministério da Saúde de que a quantidade de medicamentos adquiridos foi definida a partir de critérios exclusivamente técnicos e de que não houve qualquer intermediação na compra.

Leia o trecho do parecer da CGU que discorre sobre a compra do Tamiflu:

Compra do Tamiflu

Com relação à compra, pelo Ministério da Saúde, do Tamiflu, medicamento utilizado para o enfrentamento da pandemia da gripe H1N1, a CGU analisou oito processos de aquisição de cápsulas para uso final e de insumos para sua fabricação, concluindo que tudo ocorreu dentro da normalidade, sem quaisquer irregularidades, seja quanto às quantidades adquiridas, seja quanto ao preço, seja, ainda, quanto ao fornecedor, que, aliás, é o único fabricante mundial.

Sem possibilidade de disputa entre fornecedores, com preços previamente estabelecidos e internacionalmente divulgados pelo único laboratório fabricante, e adquirido nas quantidades recomendadas pela Organização Mundial de Saúde no âmbito de uma pandemia, não se vislumbrou qualquer espaço ou oportunidade para a alegada cobrança de propina no processo de aquisição desse medicamento, tal como denunciado por alguns órgãos da imprensa. Além disso, todo o processo de compra foi conduzido pelo Ministério da Saúde, sem qualquer participação de outras áreas do Governo.

Leia a íntegra do parecer no site da CGU:

http://www.cgu.gov.br/Imprensa/Noticias/2010/noticia11010.asp

Leia nota divulgada pelo MS em 18/09/2010

http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=11716

CGU desmente Veja e conclui que compra de Tamiflu não teve qualquer irregularidade

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Abril recebeu 34 milhões do governo Serra: a Veja agradece

O site Conversa Afiada reproduz o artigo do Blog da Dilma que levantou dados do Diário Oficial do Estado apurando que a Editora Abril já levou mais de 34 milhões da gestão Serra no Estado de São Paulo. Constantemente o blog Namaria News reproduz o que sai no D.O. apontando as “coincidências” entre as empresas que conseguem contratos (alguns sem licitação) nas gestões de Serra e as relações dos empresários com pessoas do governo ou da campanha de Serra, como já publicamos exemplos (Editora Abril: outros bons negócios com a educação paulista; Paulo Renato y sus hermanos de España - Relações de um projeto pedagógico; As coincidências entre Serra no poder e seus amigos). Lembremos ainda que Serra só passou dois anos pela Prefeitura de São Paulo e já deixou bons relacionamentos mantidos por Kassab. Já alguns anos, todos os professores, gestores  e unidades da rede (mais de 80 mil, se não me engano) recebem mensalmente a mesma publicação da Abril citada abaixo, Revista Nova Escola. Não sei quanto rendeu à Editora o contrato, se alguém tiver esse dado pode mandar que a gente publica. A postura completamente imparcial da Veja durante esta campanha parece mais do que torcer pela vitória de Serra. O que poderia fazer pelo Sr. Victor Civita com publicações decadentes o Presidente Serra? Aproveite para ler a engraçadíssima reportagem satírica Pres. Zezinho vai distribuir revista Veja em todas as cadeias do Brasil do blog Tia Carmela e o Zezinho (um achado!). Contra esse golpe organizado pela mídia que se transformou em partido, blogueiros progressistas estão organizando ato para dia 23 às 19 hs no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (R. Rego Freitas, 530) – leia aqui.

Conversa Afiada
Por Paulo Henrique Amorim:

Por que a VEJA dá o Golpe pelo Serra

    Publicado em 21/09/2010

    Como diria o Robert(o) Civita, não existe almoço de graça

Extraído do Blog da Dilma:

O mensalão da Editora Abril
Daniel Bezerra, editor geral
Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras. Veja algumas das mamatas:
- DO [Diário Oficial] de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.
- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.
- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.
- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.
- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data daassinatura: 08/09/2008.
- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.
- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.
- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.
- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.
- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.
Negócios de R$ 34,7 milhões.
Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas da Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 (34 milhões, 704 mil, 472 reais e 52 centavos). A maracutaia é tão descarada que o Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.
Esta “comprinha” representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do ‘barão da mídia’ Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do ‘Guia do Estudante’, outra publicação do grupo.

Pres. Zezinho vai distribuir revista Veja em todas as cadeias do Brasil

Blog TIA CARMELA E O ZEZINHO:

O Mais Preparado dos Brasileiros, o futuro presidente Zezinho, é um defensor convicto dos Direitos Humanos. Tendo sido o principal mentor intelectual de Marshall e Bobbio, entende que sua tarefa como governante é a expansão e a universalização dos direitos.

DIREITOS HUMANOS EM SPRAY: Mais uma genial criação do pres. Zezinho, quando
foi governador e comandava a polícia mais democrática do Brasil.

Para dar conta dessa missão humanitária, o Presidente de Nascença resolveu também promover um tratamento digno aos presidiários.  Crente que é na natureza bondosa de todo ser humano, o Rousseau da Mooca deseja oferecer cada vez mais oportunidades para os detentos. A formação e aperfeiçoamento profissional é um dos pilares do crescimento pessoal dos reabilitandos do sistema penal.

Perigosos comunistas tentam sabotar a humanitária medida do pres. Zezinho

Por isso, o  pres. Zezinho decidiu que vai investir na formação profissional dos criminosos presos.  Já determinou a seu futuro ministro da educação e serviços gráficos, Paulo R. Gates de Souza, a aquisição de assinaturas da revista Veja para serem distribuídas a todos os presídios, casas de detenção, cadeias públicas e delegacias do Brasil.

Com a leitura semanal da revista, os detentos ampliarão sua cultura geral e tomarão conhecimento de novas técnicas profissionais que lhes serão úteis quando de volta ao convívio social.

A revista foi escolhida por conta de sua refinada linha editorial. Segundo o Presidente de Nascença, a grande vantagem é que nenhuma mudança editorial precisará ser feita para atingir esse novo público.

Comentário da tia Carmela

O Zezinho sempre gostou de distribuir papéizinhos. Uma vez, ele mandou o Reinaldinho Cabeção roubar todos os rolos de papel higiênico da escola. Depois, fez o Reinaldinho Cabeção desenrolar o papel e escrever um monte de coisas falando mal do Renatinho,  um menino que tinha sido escolhido no lugar do Zezinho para ler a homenagem a 1932 na comemoração da escola. Quando o Reinaldinho Cabeção terminou de escrever, os dois enrolaram tudo de novo. Então, puseram um rolo em cada sala de aula, na mesa da professora. Quando descobriram, reconheceram a letra do Reinaldinho Cabeção e logo disseram que era culpa dos dois, porque sempre faziam essas reinações juntos. O Zezinho disse: eu não tenho nada com isso; o Reinaldinho deve ter feito para colocar a culpa em mim, a mando do Renatinho. Oresultado foi que o Reinaldinho Cabeção levou a suspensão sozinho, mas o Zezinho deu 50 cigarrinhos de chocolate Pan pra ele, como compensação.

QUADRILHA: UDN fez uma festa junina patriótica para
comemorar mais este contrato da editora da marginal

 Pres. Zezinho vai distribuir revista Veja em todas as cadeias do Brasil « TIA CARMELA E O ZEZINHO

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra | Viomundo - O que você não vê na mídia

Reproduzo o excelente artigo do Jornalista Luiz Carlos Azenha, que ajuda aos novos leitores de blogs, aqueles que começam agora a se informar pela internet, rompendo a blindagem enviesada com que a velha mídia pauta (ou tenta pautar) as eleições, a política e o dia-a-dia do brasileiro. Um incrível texto para se perceber os interesses desses grupos e as implicações. Um ciclo que só poderá ser, e já está sendo, quebrado pela dinâmica e interatividade com que a internet nos capacitou para não somente reproduzir como produzir informação. Uma atitude bem menos passiva do que a do telespectador do Jornal Nacional, ou do leitor de Veja, Folha e Estadão.

14 de setembro de 2010 às 18:05

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra

por Luiz Carlos Azenha

Estou escrevendo este texto para os novos leitores do blog, que são muitos.

Se vocês não perceberam ainda, temos argumentado faz tempo que alguns grupos de mídia brasileiros estão engajados até a medula na campanha eleitoral de José Serra, do consórcio PSDB/DEM.

Eles não declaram voto em seus editoriais — como faz a CartaCapital e é comum nos Estados Unidos e na Europa.

Ao contrário, eles editorializam o noticiário.

Escolhem manchetes, ângulos e pautas que favorecem a candidatura de José Serra ou que prejudicam — ou pelo menos pretendem prejudicar — a candidatura de Dilma Rousseff. Propagam crises federais — a do saneamento básico, por exemplo — sem tratar das crises estaduais (no caso de São Paulo, o trânsito, os rios poluídos, as enchentes, o metrô lotado, a falta de trens de subúrbio, as deficiências na saúde e na educação).

Os recursos humanos e materiais destes grandes grupos de mídia –Organizações Globo, Folha de S. Paulo,Editora Abril e O Estado de S. Paulo — são concentrados na pauta que interessa a um candidato, em detrimento dos demais.

No sábado a revista Veja publicou uma denúncia contra o governo, o PT e a candidata Dilma Rousseff que foi direto para a propaganda eleitoral de José Serra na TV.

Uma reportagem que tinha como espinha dorsal um contrato não reconhecido — e, portanto, desmentido — pela empresa que teria pago propina. Está aqui.

Na segunda-feira, os três principais jornais do Brasil trouxeram o assunto nas manchetes acima da dobra, aquelas que ficam o dia todo expostas nas bancas de jornal de todo o Brasil.

Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo, disse O Globo.

Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo, disse o Estado de S. Paulo.

Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador, disse a Folha.

A isso os jornalistas chamam “dar pernas a um assunto”. Independentemente de algo de ilegal ter sido feito ou não, o efeito de manchetes múltiplas é o de suscitar dúvidas nos eleitores em um período pré-eleitoral. As manchetes também servem para aparecer na propaganda eleitoral do candidato José Serra. A gente fica sem saber quem alimenta quem.

Foi a campanha de José Serra que distribuiu dossiês de seus investigadores aos jornais? Quem faz a coordenação entre a campanha de José Serra, se essa coordenação de fato existe, e os quatro grupos de mídia acima citados? Por que a “coincidência” das denúncias contra Dilma acontecerem na véspera da eleição? Não há denúncia alguma a ser feita contra José Serra, ou será que nesse caso esses grupos de mídia estão omitindo informações para não influenciar o eleitorado?

Em minha modesta opinião, a essa altura já não se trata apenas de:

1. Forçar um segundo turno; 2. Salvar candidatos da coligação PSDB/DEM nos estados; 3. Tirar antecipadamente a legitimidade de um governo eleito.

Eu diria que o consórcio midiático acima citado trabalha, ao mesmo tempo, para pautar Dilma Rousseff e formar o ministério.

As pautas econômicas dos grandes jornais estão repletas de balões de ensaio sobre medidas econômicas conservadoras que seriam tomadas pela candidata que ainda nem se elegeu!

Tenho comigo que o objetivo da mídia, agora, é fazer uma espécie de primeiro-ministro, “eleito” por ela, para colocar no coração do governo de Dilma Rousseff.

Ela ficaria com o papel de rainha da Inglaterra.

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra | Viomundo - O que você não vê na mídia

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Via Net tenta obter da Veja cópia do contrato denunciado

Do Viomundo

13 de setembro de 2010 às 11:35

por Conceição Lemes

Em conseqüência das denúncias publicadas pela revista Veja, a sede da Via Net Express Transportes Ltda, à avenida Cangaíba, 1932, no bairro Cangaíba, Zona Leste da capital paulista, está fechada hoje.

A reportagem contra Erenice Guerra, ministra da Casa Civil, tem como espinha-dorsal a publicação de um contrato que teria sido firmado entre essa empresa e a Capital Consultoria e Assessoria Ltda. No fechamento dele, teria ocorrido o pagamento de propina.

Nesse domingo, a Via Net divulgou nota à imprensa, negando não só o referido contrato como qualquer outro com a Capital Consultoria e Assessoria, de Israel Guerra.

“Nós não conhecemos nem fizemos qualquer negócio com as pessoas citadas na reportagem da Veja”, reafirma aoViomundo Marcos Paulo Baronti de Souza, advogado da empresa. “Hoje, no decorrer do dia, vamos tentar com a Veja, pela via amigável, obter uma cópia do contrato. Só depois teremos condições de definir as medidas judiciais cabíveis.”

domingo, 12 de setembro de 2010

Empresa confirma fraude jornalística de Veja desmascarada por blog

Os Amigos do Presidente Lula:
domingo, 12 de setembro de 2010

Este blog saiu na frente e descobriu antes: Por nota, Via Net afirma que Baracat não é dono, sócio ou gestor da empresa, como diz a Veja

A Via Net Express, transportadora da qual Fabio Baracat seria dono, segundo reportagem deste fim de semana da revista Veja, divulgou nota de esclarecimento em que diz que Baracat "nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa". A nota é assinada pelo advogado Marcos Paulo Baronti de Souza. Veja aqui Mais uma aqui e a nota  de Fábio Bacarat os posts que desmete a Veja e confirma a nota emitida hoje

À reportagem do iG,  Baronti  disse que Baracat já prestou serviços de consultoria à Via Net Express no passado, em período que ele não soube precisar quando.O dono da empresa  é Antonio de Mendonça, como constam nos documentos oficiais da empresa. e este blog publicou aqui...  e aqui . Segundo Baronti, porém, apenas amanhã poderão ser apresentadas mais informações, além da nota.

Baracat foi apontado pela reportagem como contratante de serviços de Israel Guerra, filho da Chefe da Casa Civil, ministra Erenice Guerra. Segundo a reportagem, Baracat teria sido representante da empresa Master Top Aérea (MTA), que teria sido favorecida em contratações públicas depois da intervenção de Israel.

Também a ministra Erenice divulgou uma nota, ontem, em que classificou a reportagem de "caluniosa".

A seguir, a íntegra da nota da Via Net Express

NOTA DE ESCLARECIMENTO

VIA NET EXPRESS TRANSPORTES LTDA, empresa de direito privado inscrita no CNPJ 02.701.816/0001-78, por seu advogado abaixo subscrito, vem esclarecer o que segue:

Em reportagem veiculada pela Revista Veja e demais meios de comunicação, a empresa Via Net Express Transportes Ltda é citada em reportagens que circularam nesse fim de semana.

Cumpre esclarecer que o sr. Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados.

A Via Net Express não conhece o contrato apresentado na reportagem, não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma.

Por fim cumpre informar que a Via Net Express não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de tranpostre aéreo nas aeronaves do Correio.

Para os transportes das mercadorias dos clientes da Via Net Express, esta utiliza as ofertas das cias aéreas disponíveis no mercado.

A Via Net Express, diante de todos esses fatos e principalmente das publicações envolvendo o seu nome buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabiveis.

São Paulo, 12 de setembro de 2010

Via Net Express Transportes Ltda.

Marcos Paulo Baronti de Souza

sábado, 11 de setembro de 2010

Veja e a fraude jornalística eleitoral em tempos de internet

Veja quer eleger Darth Vader
clique aqui para ver mais capas hollywoodianas do Partido da Imprensa Golpista

A baixaria para forçar um segundo turno chegou a um dos capítulos mais indecentes do jornalismo de baixo calão. A bala de prata era esperada. Esgotaram todas as estripolias circences de Serra, Globo, Veja, Folha e Estadão para criar um crime sem corpo, e atribui-lo a Dilma e ao PT.  Não citaram uma única vez a guerra de dossiês entre Serra e Aécio em 2009 pela disputa tucana da candidatura à Presidência. Sequer tocaram no nome do jornalista Amaury que a pedido da turma de Aécio tem material suficiente para um livro que promete para 2011, contando tudo sobre as privatizações de FHC, os amigos de Serra que ganharam muito com isso, a ligação desses com a filha de Serra que montou e fechou empresa em Miami no tempo exato entre as privatizações e a campanha de Serra em 2002. Toda essa história que tem tirado o sono de Serra não é explicado pela mídia que não explica quem são os que se dizem vítimas de quebra de sigilo. Na semana passada a Folha requentou uma notícia velha com distorções para fazer descarada campanha por Serra, o que rendeu um top twitter da galera que resolveu criar manchetes falsas para contribuir com o editorial da folha, como: Dilma vendia Marlboro a bebê fumante.

Mas nada funcionou. Então, a Veja foi ao fundo do poço nesse fim de semana, com uma matéria acusando de favorecer empresário, a Ministra Erenice Guerra, mulher da confiança de Dilma e sucessora no Ministério. Era de se supor de imediato, pela capa e manchete que se tratava de golpe eleitoral. A própria revista no editorial já vacina o leitor sobre eventuais desconfianças. Dilma de imediato reafirmou com segurança a plena confiança na colega Erenice e denunicia a nova bala de prata serrista. Erenice, de cara publicou nota da Casa Civil tratando a matéria como caluniosa, disposta a processar a revista e dispor seus sigilos e de sua família. Mas em tempos de internet, as pernas da mentira são cada vez mais curtas. Com um dia da revista lançada, a mentira já veio à tona. Investigado pelo blog independente Os amigos do Presidente Lula, verificou-se por pesquisas à Junta Comercial do Estado de São Paulo, o que qualquer um conectado pode fazer, que o empresário Fábio Baracat nunca foi sócio das empresas que segundo a Veja foram favorecidas pela Erenice. Pior, também no mesmo dia, o empresário Fábio Baracat que nunca conversou com a Veja sobre o que trata a reportagem, desmentiu todas as informações da revista. Com internet não há tempo perdido. Nem acabou o dia e já se sabia que o jornalista Diego Escosteguy, responsável pela matéria fictícia, já que entrevistado não deu a entrevista e não é o que diz o repórter, é reincidente em termos de matéria falsa. Em 2006, a Caixa Econômica Federal já acusava o jornalista por matéria falsa de primeira página no Estadão.

Parafraseando nosso colega do Cloaca News, estamos aqui para divulgar “as últimas do jornalismo de esgoto e dos coliformes favoritos da Imprensa Golpista”.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O passado nebuloso das supostas “vítimas” de quebra de sigilo

Globo, Veja, Folha e Estadão vão tratar apenas como “alta cúpula do PSDB” ou “pessoas próximas a Serra”. Porém, muita história precisa ser contada sobre as supostas “vítimas” da quebra de sigilo: privatizações, esquemas de favorecimento, caixa de campanha. Conheça as histórias que a velha mídia não vai contar.
Todas as supostas “vítimas” da quebra de sigilo pela Receita estão ligadas ao governo FHC.
A primeira a aparecer, Eduardo Jorge, hoje vicé-presidente do PSDB, ao ser investigado pelo Ministério Público em 2000, foi beneficiado por encobertamento de dados pelo ex-Secretário da Receita Federal Everardo de Almeida Maciel por 8 anos no Governo FHC, que depois teve de responder à justiça por improbidade administrativa. Eduardo Jorge responde por indícios de enriquecimento ilícito e existência de incompatibilidade de sua renda de servidor público com o patrimônio declarado. Sua história com a Receita Federal, dificultando a ação da Justiça, tem histórico desde 2000.
O segundo nome, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi pego em conversas gravadas na sede do BNDES. Revelou-se um esquema de favorecimento de empresas no leilão de privatização da Telebrás, elaborado por Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Resende, então presidente do BNDES, com a devida condescendência do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que também aparece nas gravações.
O terceiro, Ricardo Sérgio de Oliveira, foi o principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações. Ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, companheiro de militância política de Serra desde o regime militar, em 1998 foi caixa das campanhas de Fernando Henrique Cardoso, para a Presidência, e de Serra, para o Senado. Foi responsabilizado pelo Banco Central por um caminhão de irregularidades que favoreceram a entrada do Banco Opportunity em um consórcio para disputar o leilão da Telebrás. O mesmo caso em que a “vítima” 2, Luiz Carlos Mendonça de Barros, estava envolvida.
O último envolvido, Gregório Marin Preciado, ex-sócio e primo de Serra, é revelado em documento levantado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio, a “vítima” 3. Outro dos documentos levantados pelo jornalista, mostra ainda, pela primeira vez, a prova de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização (site Conversa Afiada).
Amaury iniciou a divulgação do que seria um livro (Porões da Privataria) e prometeu divulgá-lo pela internet após a Copa. As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que teve acesso. “O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria” (site Conversa Afiada). Daniel Dantas é o banqueiro do Oportunity, com um patrimônio estimado em US$ 1 Bilhão, e que chegou a ser preso, mas teve o Habeas Corpus mais rápido de nossa história. Sua irmã, Veronica Dantas foi sócia da filha de Serra, Veronica Serra, em uma empresa aberta em Miami em 2000, época das privatizações. A empresa durou pouco mais de 2 anos até 2002, quando Serra fez sua primeira campanha para Presidente.
Desde que Amaury apareceu com a ameaça de revelar o que acontecia nas privatizações de FHC, e a relação com os caixas de campanha de Serra e FHC, Serra iniciou uma séria de denúncias na mídia que o retro-alimenta, sobre supostos dossiês. Veja, Folha e Jornal Nacional reproduzem a mesma notícia requentada há alguns meses. O objetivo da campanha de Serra, inclusive da mídia, é esvaziar as denúncias contidas no livro de Amaury. Também tentam reverter a situação desesperadora de 20 pontos atrás de Dilma. Não existe coincidência.

Conheça caso a caso:

  • Série Dossiê: “vítima” 1 – Eduardo Jorge

  • Série Dossiê: “vítima” 2 – Luiz Carlos Mendonça de Barros

  • Série Dossiê: “vítima” 3 – Ricardo Sérgio de Oliveira

  • Série Dossiê: “vítima” 4 – Gregório Marin Preciado
    Clique aqui para ver a série Dossiê na íntegra
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