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domingo, 7 de novembro de 2010

‘Qualquer um pode aprender’, diz Bernardo Toro, filósofo, sociólogo e educador colombiano

Estadao.com.br

Educador acredita que a criança só não aprende se faltar motivação ou se método aplicado for ruim

03 de novembro de 2010 | 10h 14

Isis Brum - Jornal da Tarde

Transformar o sistema educacional em um projeto de nação e a inteligência, em um bem coletivo para promover o desenvolvimento do País e da região. Esse é o principal desafio que a presidente eleita, Dilma Rousseff, deve enfrentar de forma imediata para consolidar o Brasil como líder na América Latina, diz Bernardo Toro, filósofo e um dos mais respeitados educadores da atualidade. Colombiano, Toro é ligado à Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Javeriana de Bogotá e atua à frente de diversas ONGs ligadas à educação e à erradicação da pobreza. Na quarta-feira passada, a convite da Fundação Bradesco, o filósofo falou durante três horas para uma plateia formada por educadores e executivos do terceiro setor, em São Paulo. Destacou a necessidade de foco na preservação e transmissão do conhecimento e apontou obstáculos educacionais comuns ao continente e, em particular, ao Brasil, que define como “líder” e polo de atração de imigrantes. Antes da palestra, ele falou ao Jornal da Tarde.

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O conceito de política educacional voltado para a dignidade humana é uma proposta específica para a América Latina?

Na América Latina, temos uma história da educação que começou como uma atenção social, na época das colônias. Depois, a educação se transformou em um serviço. Faz pouco tempo que a educação na América Latina começou a ser um direito. Outros países que querem seguir adiante não veem a educação como um serviço ou um ministério, mas como parte de um projeto fundamental do país que querem construir. Em nossos países, a educação e o Ministério da Educação estão separados de um projeto de nação. Nos países latino-americanos, cada um e em conjunto, poderíamos pensar qual é o tipo de educação de que esse projeto necessita. Porque a educação, por si mesma, não produz mudança. Mas nenhuma mudança é possível sem educação. De antemão, já se poder dizer que não é possível que continuemos a aceitar como normal ter dois sistemas educativos, um privado e um público, de diferente qualidade. Se não tivermos a mesma educação para crianças na Amazônia ou aqui, no centro de São Paulo, onde estamos neste momento, a educação se converterá em um fator de desigualdade social, em vez de ser um fator de articulação social.

No Brasil, começou-se a falar em bônus por desempenho na rede pública. Isso ajuda para uma educação com qualidade?

O problema é a educação em escala. No Brasil, vocês têm 45 milhões de crianças e jovens no sistema educacional. Então, tudo tem de ser pensado para os 45 milhões, não para pequenos grupos. E o passo fundamental que temos de dar é mudar a definição de educador. O educador não é só um profissional que dá aulas, é um profissional que deve garantir à sociedade brasileira, argentina ou colombiana que aprenda os melhores conhecimentos que existem em cada momento. O educador é responsável pelo saber formal da sociedade e a família, em parte, pelo emocional. Cada instituição é responsável por saberes distintos. Mas o educador é responsável por aquele conhecimento que a sociedade usa e que toda geração seguinte deve apropriar-se. Temos que renunciar ao conceito de que, se as crianças fracassam, problema é delas. Esse problema é nosso, dos adultos. Uma criança de 8 anos que perdeu o ano não vai entender o que aconteceu. Somos nós, adultos, que lhe atribuímos o fracasso. O pai, o professor e a sociedade atribuem o fracasso à criança e esta passa a atribuir-se o fracasso. As crianças só fracassam porque não fazemos as coisas direitas. Qualquer um aprende qualquer coisa direito se tiver um bom método e uma boa motivação. Se não aprende, ou falta motivação ou o método é ruim. Se mudar um ou outro, ou ambos, o aluno aprenderá.

Nessa linha, não se pode caminhar para culpar o professor?

Os professores são responsáveis pelo aprendizado das crianças, mas o professor em conjunto com a sociedade. Porque ele não pode ser responsável sozinho por todo o processo. O professor é um profissional que requer toda uma infraestrutura e apoio da sociedade para que exerça sua tarefa. Estamos pedindo demais ao educador, e não estamos dando a ele instrumentos nem papéis e nem contextos para que possa ter êxito. A educação para ser um projeto de nação tem de ter muitos elementos que devemos propor para que as crianças tenham sucesso. Para que adquiram competências em leitura e escrita, cálculo e solução de problemas matemáticos; competências para trabalhar em grupo e obter resultados coletivos; habilidades para analisar e criticar o entorno, ou seja, formação política. Temos que proporcionar que as crianças saibam a que projeto político pertencem, o da nação.

Qual é o papel do terceiro setor e das empresas nesse processo?

Nos países desenvolvidos, as grandes fundações dedicam-se a completar o projeto social. Nos países da América Latina, o papel das grandes fundações é tornar possível o contrato social. Esse acaba sendo o papel delas: como fazer para que alunos aprendam e também para que o filho do empresário estude na mesma escola do filho da empregada.

A América Latina deveria desenvolver uma política educacional em bloco ou algo assim?

Tenho a sorte de trabalhar praticamente em todos os países da América Latina e é preciso reconhecer: temos a mesma tradição espiritual e política, com colônias, conquistas, repúblicas, dissolução de governos, abertura democrática, que é recente como projeto político, mestiçagem. Temos um território gigantesco, e praticamente um terço dele é ocupado pelo Brasil, dois idiomas com a mesma tradição linguística e os grandes desafios são comuns: mudança climática, sustentabilidade e superação da pobreza. Os problemas educacionais também são os mesmos. Nesse contexto, ou aprendemos a atuar como continente ou não teremos saída. Na América Latina, ou vamos todos ou não vai ninguém. Não acho que seja difícil, e o grande papel da sociedade civil é mobilizar nossos líderes. Temos de reconhecer as qualidades uns dos outros. O Brasil não pode ser o país que queremos para o Bric (bloco dos países em desenvolvimento) sem a América Latina. Nem Chile, nem Colômbia, nem Equador, nem Peru...

‘Qualquer um pode aprender’, diz Bernardo Toro, filósofo, sociólogo e educador colombiano - vida - Estadao.com.br

sábado, 2 de outubro de 2010

Altamiro Borges: Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

Blog do Miro:
sábado, 2 de outubro de 2010

Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

Por Altamiro Borges
A temida capa da Veja deste sábado deu chabu. Após quatro edições consecutivas de ataques raivosos ao governo Lula e à candidata Dilma Rousseff, o panfleto serrista da famíglia Civita parece que cansou. Na véspera do dia das eleições, a capa da revista estampa "propostas para o Brasil" - já tentando enquadrar o futuro governo.
Até agora também não ocorreu a temida manipulação das imagens do debate com os presidenciáveis realizado pelo Jornal Nacional da TV Globo. Muita gente temia, com razão, que Ali Kamel, o senhor das trevas da poderosa emissora, tentasse repetir o jogo sujo do pleito de 1989, quando editou cenas para favorecer Collor de Melo.
Já os jornalões tradicionais, como Folha, Estadão e O Globo, reduziram o seu veneno nas edições dos últimos dois dias. No diário da famíglia Frias, o queridinho José Serra até apareceu isolado, solitário numa cadeira, na foto de capa. O Datafolha - ou Datafraude ou DataSerra - também deu outro cavalo de pau. Após apontar a "queda" de Dilma nas pesquisas, ajustou a sua sondagem dois dias depois.
Será que a mídia demotucana resolveu desembarcar da canoa furada de Serra? Será, como diz Paulo Henrique Amorim, que "na reta final, o PIG [Partido da Imprensa Golpista] amarelou"? Será que a mídia demotucano já fez seus cálculos temendo pelo futuro, por mudanças do marco regulatório das comunicações no Brasil?
A conferir nas próximas horas!

Altamiro Borges: Veja, Globo e Folha rifaram o Serra?

domingo, 19 de setembro de 2010

Serra e a mídia chantagearam Kassab?

Pode ser coincidência. Desde o início do mês a imprensa tem cogitado a possibilidade de Kassab ir para o PMDB (eu publiquei aqui: Quando o barco afunda… Kassab pode ir para o PMDB). O assunto foi tomando maior espaço na mídia e se confirmando com informações vindas do PMDB nacionala e paulista. Até que Serra começou a negar a hipótese de Kassab sair do DEM (como se fosse sua a decisão). Outro fato curioso foi o Editorial do Estadão de 13 de setembro, intitulado “O Centro esquecido”, criticando Kassab (leia abaixo) por não aplicar 121 milhões de Reais no Centro da Cidade, região abandonada pela atual administração, e onde a Cracolândia vem se notabilizando e o do número de moradores de rua vem crescendo. É estranho que Kassab só agora comece a ser considerado incompetente pelo jornal, justamente nesse momento, pois até hoje, assim como Serra, o Prefeito tem sido blindado pela mídia paulista (vide as enchentes de São Paulo). Também surpreende a atenção dada pelo Editorial, já que o Estadão, com Dilma se confirmando à frente nas pesquisas,  tem reservado suas manchetes para requentar o denuncismo da Veja para Serra se apropriar no horário eleitoral à noite.

Essa história lembra outra edição do mesmo jornal quando publicou o artigo de Mauro Chaves em 28 de fevereiro de 2009 com o título “ Pará, governador” (leia mais aqui). Era uma critica às aspirações políticas de Aécio Neves de competir com Serra pela candidatura à Presidência. O artigo que insistiu em terminar com a frase”“ Pará, governador” pareceu mais uma mensagem cifrada. A insinuação contra Aécio, que segundo Juca Kfouri foi flagrado de humor alterado, batendo na namorada em uma festa, parece ter feito com que o Governador se sentisse ameaçado com a possibilidade de dossiês sobre sua vida e hábitos pessoais. Sabe-se que o jornal Estado de Minas estaria, neste período, em contrapartida, preparando uma “investigação especial” sobre Serra. Um dos seus jornalistas na época, Amaury Ribeiro Jr., promete lançamento em 2011 de um livro, baseado em documentos obtidos de forma lícita, sobre os bastidores das privatizações quando Serra era Ministro. Naquele período sua filha abrira uma empresa em Miami com a irmã de Daniel Dantas, o mesmo que ganhou muito dinheiro na época, pelo suposto favorecimento de tucanos que hoje se dizem vítimas de quebra de sigilo, ocorridas justamente na época da disputa Serra/Aécio. Com apenas 2 anos de existência, o escritório de Verônica Serra em Miami fechou no mesmo ano em que Serra disputou a eleição contra Lula, em 2002.

Essa guerra de dossiês, de disputas partidárias internas, com a possível utilização de jornais como instrumentos de ameaça, nos deixam com a pulga atrás da orelha. Vamos ver o comportamento de Kassab. Talvez ele só espere as eleições. Talvez se sinta ameaçado e volte atrás. Se não voltar, o que deveremos observar é se cessará a blindagem da mídia. Estou curioso!

O Centro esquecido

 

Prefeitura de SP deixa de aplicar R$ 121 mi no Centro

A Prefeitura de São Paulo tem pelo menos R$ 121,2 milhões na gaveta para projetos que poderiam criar habitações populares, oferecer cursos profissionalizantes e fornecer equipamentos de trabalho para moradores de rua. O dinheiro é quase o total de recursos já investidos neste ano pela Secretaria Municipal de Assistência Social, pasta responsável pelo atendimento aos sem-teto. E a maior parte está disponível há sete anos. Enquanto isso, o Centro vive um problema crônico de crescimento do número moradores de rua. Levantamento da Prefeitura aponta que, de 2000 para 2009, o número de sem-teto subiu de 8 mil para 13 mil.

A maior parte do dinheiro para atacar a questão vem de uma linha de crédito internacional contratada em 2003, quando a Prefeitura fez um empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O restante vem do governo federal, que reservou R$ 6,2 milhões para a fornecer máquinas e locais de trabalho para catadores de material reciclável. A prefeitura argumenta que os programas não estão parados e serão concluídos.

O Programa Procentro recebeu linha de crédito de US$ 100,4 milhões do BID para 137 atividades, segundo prestação de contas disponível nos sites da prefeitura e do banco. Desse total, dez programas estão em andamento no momento. A lista aponta que 57 atividades ainda não tiveram início. O montante ainda disponível é de US$ 65 milhões (R$ 115 milhões). Entre as atividades que não começaram está a execução de obras para transformação de cortiços em habitações de interesse social (HIS), moradias tidas como essenciais para a melhoria do centro - tem recursos previstos em R$ 1,1 milhão. A recuperação de edifícios para o mesmo fim tinha R$ 7,2 milhões reservados. Há também projetos em áreas de infraestrutura urbana, como serviços de melhoria do trânsito e do transporte público.

Outro lado

A prefeitura contesta os dados do próprio site sobre o número de atividades em andamento no programa de revitalização do centro. Diz que seriam 117 atividades, não 137, como diz a página na internet. Mas a nota da Secretaria de Desenvolvimento Urbano não explica o motivo da diferença de números.

O texto diz que parte do dinheiro parado no BID já foi solicitada ao banco internacional - "US$ 66,4 milhões (66,1% do total) foram contratados até 31 de julho, faltando comprometer US$ 33,9 milhões (R$ 58,2 milhões)", afirma a nota. A secretaria informa ainda que o remanejamento de recurso não vai comprometer a execução dos serviços. "A movimentação orçamentária não afetará financeiramente, tampouco a execução das ações programadas, ou seja, a verba permanece inalterada."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra | Viomundo - O que você não vê na mídia

Reproduzo o excelente artigo do Jornalista Luiz Carlos Azenha, que ajuda aos novos leitores de blogs, aqueles que começam agora a se informar pela internet, rompendo a blindagem enviesada com que a velha mídia pauta (ou tenta pautar) as eleições, a política e o dia-a-dia do brasileiro. Um incrível texto para se perceber os interesses desses grupos e as implicações. Um ciclo que só poderá ser, e já está sendo, quebrado pela dinâmica e interatividade com que a internet nos capacitou para não somente reproduzir como produzir informação. Uma atitude bem menos passiva do que a do telespectador do Jornal Nacional, ou do leitor de Veja, Folha e Estadão.

14 de setembro de 2010 às 18:05

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra

por Luiz Carlos Azenha

Estou escrevendo este texto para os novos leitores do blog, que são muitos.

Se vocês não perceberam ainda, temos argumentado faz tempo que alguns grupos de mídia brasileiros estão engajados até a medula na campanha eleitoral de José Serra, do consórcio PSDB/DEM.

Eles não declaram voto em seus editoriais — como faz a CartaCapital e é comum nos Estados Unidos e na Europa.

Ao contrário, eles editorializam o noticiário.

Escolhem manchetes, ângulos e pautas que favorecem a candidatura de José Serra ou que prejudicam — ou pelo menos pretendem prejudicar — a candidatura de Dilma Rousseff. Propagam crises federais — a do saneamento básico, por exemplo — sem tratar das crises estaduais (no caso de São Paulo, o trânsito, os rios poluídos, as enchentes, o metrô lotado, a falta de trens de subúrbio, as deficiências na saúde e na educação).

Os recursos humanos e materiais destes grandes grupos de mídia –Organizações Globo, Folha de S. Paulo,Editora Abril e O Estado de S. Paulo — são concentrados na pauta que interessa a um candidato, em detrimento dos demais.

No sábado a revista Veja publicou uma denúncia contra o governo, o PT e a candidata Dilma Rousseff que foi direto para a propaganda eleitoral de José Serra na TV.

Uma reportagem que tinha como espinha dorsal um contrato não reconhecido — e, portanto, desmentido — pela empresa que teria pago propina. Está aqui.

Na segunda-feira, os três principais jornais do Brasil trouxeram o assunto nas manchetes acima da dobra, aquelas que ficam o dia todo expostas nas bancas de jornal de todo o Brasil.

Filho de ex-braço direito de Dilma trabalhou no governo, disse O Globo.

Irmã de ministra deu aval a contrato sem licitação com governo, disse o Estado de S. Paulo.

Dilma se distancia de Erenice e chama Serra de caluniador, disse a Folha.

A isso os jornalistas chamam “dar pernas a um assunto”. Independentemente de algo de ilegal ter sido feito ou não, o efeito de manchetes múltiplas é o de suscitar dúvidas nos eleitores em um período pré-eleitoral. As manchetes também servem para aparecer na propaganda eleitoral do candidato José Serra. A gente fica sem saber quem alimenta quem.

Foi a campanha de José Serra que distribuiu dossiês de seus investigadores aos jornais? Quem faz a coordenação entre a campanha de José Serra, se essa coordenação de fato existe, e os quatro grupos de mídia acima citados? Por que a “coincidência” das denúncias contra Dilma acontecerem na véspera da eleição? Não há denúncia alguma a ser feita contra José Serra, ou será que nesse caso esses grupos de mídia estão omitindo informações para não influenciar o eleitorado?

Em minha modesta opinião, a essa altura já não se trata apenas de:

1. Forçar um segundo turno; 2. Salvar candidatos da coligação PSDB/DEM nos estados; 3. Tirar antecipadamente a legitimidade de um governo eleito.

Eu diria que o consórcio midiático acima citado trabalha, ao mesmo tempo, para pautar Dilma Rousseff e formar o ministério.

As pautas econômicas dos grandes jornais estão repletas de balões de ensaio sobre medidas econômicas conservadoras que seriam tomadas pela candidata que ainda nem se elegeu!

Tenho comigo que o objetivo da mídia, agora, é fazer uma espécie de primeiro-ministro, “eleito” por ela, para colocar no coração do governo de Dilma Rousseff.

Ela ficaria com o papel de rainha da Inglaterra.

Mídia quer fazer de Dilma uma rainha da Inglaterra | Viomundo - O que você não vê na mídia

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O passado nebuloso das supostas “vítimas” de quebra de sigilo

Globo, Veja, Folha e Estadão vão tratar apenas como “alta cúpula do PSDB” ou “pessoas próximas a Serra”. Porém, muita história precisa ser contada sobre as supostas “vítimas” da quebra de sigilo: privatizações, esquemas de favorecimento, caixa de campanha. Conheça as histórias que a velha mídia não vai contar.
Todas as supostas “vítimas” da quebra de sigilo pela Receita estão ligadas ao governo FHC.
A primeira a aparecer, Eduardo Jorge, hoje vicé-presidente do PSDB, ao ser investigado pelo Ministério Público em 2000, foi beneficiado por encobertamento de dados pelo ex-Secretário da Receita Federal Everardo de Almeida Maciel por 8 anos no Governo FHC, que depois teve de responder à justiça por improbidade administrativa. Eduardo Jorge responde por indícios de enriquecimento ilícito e existência de incompatibilidade de sua renda de servidor público com o patrimônio declarado. Sua história com a Receita Federal, dificultando a ação da Justiça, tem histórico desde 2000.
O segundo nome, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi pego em conversas gravadas na sede do BNDES. Revelou-se um esquema de favorecimento de empresas no leilão de privatização da Telebrás, elaborado por Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Resende, então presidente do BNDES, com a devida condescendência do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que também aparece nas gravações.
O terceiro, Ricardo Sérgio de Oliveira, foi o principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações. Ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, companheiro de militância política de Serra desde o regime militar, em 1998 foi caixa das campanhas de Fernando Henrique Cardoso, para a Presidência, e de Serra, para o Senado. Foi responsabilizado pelo Banco Central por um caminhão de irregularidades que favoreceram a entrada do Banco Opportunity em um consórcio para disputar o leilão da Telebrás. O mesmo caso em que a “vítima” 2, Luiz Carlos Mendonça de Barros, estava envolvida.
O último envolvido, Gregório Marin Preciado, ex-sócio e primo de Serra, é revelado em documento levantado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio, a “vítima” 3. Outro dos documentos levantados pelo jornalista, mostra ainda, pela primeira vez, a prova de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização (site Conversa Afiada).
Amaury iniciou a divulgação do que seria um livro (Porões da Privataria) e prometeu divulgá-lo pela internet após a Copa. As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que teve acesso. “O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria” (site Conversa Afiada). Daniel Dantas é o banqueiro do Oportunity, com um patrimônio estimado em US$ 1 Bilhão, e que chegou a ser preso, mas teve o Habeas Corpus mais rápido de nossa história. Sua irmã, Veronica Dantas foi sócia da filha de Serra, Veronica Serra, em uma empresa aberta em Miami em 2000, época das privatizações. A empresa durou pouco mais de 2 anos até 2002, quando Serra fez sua primeira campanha para Presidente.
Desde que Amaury apareceu com a ameaça de revelar o que acontecia nas privatizações de FHC, e a relação com os caixas de campanha de Serra e FHC, Serra iniciou uma séria de denúncias na mídia que o retro-alimenta, sobre supostos dossiês. Veja, Folha e Jornal Nacional reproduzem a mesma notícia requentada há alguns meses. O objetivo da campanha de Serra, inclusive da mídia, é esvaziar as denúncias contidas no livro de Amaury. Também tentam reverter a situação desesperadora de 20 pontos atrás de Dilma. Não existe coincidência.

Conheça caso a caso:

  • Série Dossiê: “vítima” 1 – Eduardo Jorge

  • Série Dossiê: “vítima” 2 – Luiz Carlos Mendonça de Barros

  • Série Dossiê: “vítima” 3 – Ricardo Sérgio de Oliveira

  • Série Dossiê: “vítima” 4 – Gregório Marin Preciado
    Clique aqui para ver a série Dossiê na íntegra
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